quarta-feira, janeiro 31, 2007

Lilhá Saiu do Orkut.

Então, pessoas. Eu sei que o Orkut é uma merda, eu mesma já coloquei o mouse em cima do botão de deletar um monte de vezes. Já deletei metade dos amigos, já coloquei descrição antipática pra ver se as pessoas me deixavam em paz, e nada adiantou: amigos proliferaram de novo e pessoas continuam a me adicionar.

Eu vivo reclamando daquela merda, mas no fim das contas, ela me proporciona mais coisas boas do que ruins. Veja só: eu NUNCA lembro o aniversário de ninguém, e tirando uns espíritos de porco que nem o Fhéo, a maioria coloca mesmo a data certa no perfil e me salva da vergonha de deixar passar batido o aniversário de alguém que eu gosto. Sim, porque dos que me são indiferentes, nem com aviso do orkut eu me dou ao trabalho de falar nada.

Mais: acaba servindo pra manter contato com algumas pessoas com quem só falo por lá mesmo, serve de divulgação dos meus textos e da minha revista e ainda me dá alegria, porque só quem não conhece a Blogagi nem nunca visitou a comunidade dela no orkut é que pode subestimar a capacidade de produção de besteiras dessa turma amada.

Agora, a Lilhá deletou a conta dela no Orkut. Pô, não posso me conformar com isso! Tá bom, eu sei que tem dia que dá vontade de deletar tudo e sumir do mapa, mas peralá. Cara, eu fui parar na Blogagi por intermédio do perfil do orkut da Lilhá! Antes mesmo do Outsider me apresentar pro Fhéo, foi no scrapbook dela que eu deixei o primeiro recado convidando os membros da Blogagi pra escreverem pro Livinrooom. E tá todo mundo careca de saber que ela é a alma da comunidade! Ninguém lá, por mais que se esforce consegue alcançar o nível de autismo dela, ninguém tem tantos logs de msn quanto ela e nunca tão insanos!

Eu vim aqui reivindicar a volta da Lilhá pro Orkut. Nem me venha com xorumelas, começa deletando o Orkut e se bobear qualquer dia tá apagando a Casa da Ovelha! Na na ni na não! Estamos todos revoltados com o acontecido! Uma emoção no peito e um brado preso na garganta: VOLTA, LILHÁ!!


terça-feira, janeiro 30, 2007

Dia da Saudade

Calendário é o troço mais esquisito do mundo. Afinal, não deveria ter diferença entre o que eu sou hoje quando vou pra cama à noite e o que sou quando acordo no dia seguinte. Mas tem. E nem é questão de pesadelo, insônia, azia, nem nada disso. Por incrível que pareça faz toda diferença na nossa vida qual dia da semana e do mês é hoje.

Do dia do mês depende se eu tenho grana (eu não, que tô desempregada, né, mas da maioria das pessoas sim) porque o salário acaba muito antes do fim do mês. Depende se vou ficar uns dias de molho ou não, porque tô menstruada (eu? bem, whatever) e se passo um pequeno (muuuito pequenino, nem dá pra notar, tá?) período de insanidade por causa da TPM. Depende se tenho que comprar presente pra alguém porque tá chegando o aniversário-páscoa-dia-dos-namorados-dia-das-mães-dia-dos-pais-natal e o caraleo de asa. Depende se tem aula na faculdade, se tá em época de tirar férias no trabalho (anyway), se é mês das noivas (crise de riso, ai que idiotice sem tamanho) e portanto o casório TEM que ser durante aqueles trinta dias, se tá rolando campeonato brasileiro, Copa do Mundo, Olimpíadas. Etc.

Do dia da semana depende se eu tô puta da vida ou com preguiça porque é segunda feira, se eu tô meio morta porque é terça-feira, se eu posso ir no cinema porque quarta é mais barato, se eu começo a receber mensagens e telefonemas (rá-rá-rá, até parece mesmo) pra começar a agitar o fim de semana porque é quinta feira.

Antes da sexta, uma observação de cunho particular: SE eu recebo alguma mensagem-telefonema-email-convite de qualquer natureza a esta altura da semana - quinta-feira - com certeza é de alguém que eu não tô com a menor vontade de ver. Os meus amigos têm um timing incrível pra me ligar quando eu não posso atender por...ãh...motivos de força maior (heh) e quando eu não tô na cidade. A não ser que seja a Nayra, das poucas que é interessada de verdade em saber da minha vida e na opinião que eu tiver sobre a dela (Ah, estou me referindo a pessoas da minha cidade, é claro).

Voltando. Sexta-feira. E daí, né? Bora me preparar pra dois dias de ócio e de passar vontade, porque todo mundo que eu quero ver tá longe. Mas isso é a minha semana. A semana das pessoas normais é um pouco diferente.

Passam cinco dias correndo que nem uns condenados, de um jeito que relaxamento é ir no banheiro, caem na cama semi-comatosos à noite depois de assistir meia hora de televisão. Não tem amigo, não tem família, não tem namorado(a), tudo que se quer é o travesseiro. Isso de segunda a sexta-feira. Porque basta abrir os olhos e ser sábado, pra começar um ritual de estupor absoluto durante dois dias, em que só se deseja respirar, bem devagar, dormir no sofá com a televisão ligada. Talvez até sair, tomar uma com os amigos de leve, porque segunda tem que começar tudo de novo. E tudo isso depende da semana.

Por que mesmo eu escrevi isso tudo? "Porque você é uma maldita prolixa, Lívia", alguém poderia dizer. Mas eu só queria comemorar um dia esquisito no calendário, que até hoje cedo eu não sabia que existia: Dia 30 de janeiro é DIA DA SAUDADE.

E hoje é terça feira. Ainda falta muito pra saudade finalmente passar.

domingo, janeiro 28, 2007

Top 10

Essa lista ninguém me mandou fazer, é iniciativa própria de quem coloca a casa em ordem pra começar de novo na segunda-feira. Lista de fim de semana, que foi sui generis. Dias de:
  1. colocar em pratos limpos merdas feitas;
  2. ganhar presente que eu não mereço muito;
  3. me enfurecer aparentemente sem motivo;
  4. jogar videogame (PS2) pra desligar da realidade;
  5. ficar muito em silêncio;
  6. não usar a internet;
  7. dormir doze horas seguidas;
  8. comer muito doce e a necessidade não passar;
  9. ficar mais sozinha que de costume.
  10. me fantasiar de "Celebridade em noite de Oscar" pruma festa;
Ok, isso é pouco usual? Não, na realidade não. Só tem que eu não fazia nada disso e muito menos tudo isso junto há muito tempo. Cabem algumas considerações sobre os tópicos - e pra isso mesmo eu os fiz assim, pro corte ser cirúrgico e fazer pouca sujeira.
  1. Fazer merda é uma especialidade que eu tenho. Às vezes de propósito sem imaginar que vai dar em algo daquele tamanho. Às vezes de propósito e disposta a encarar o que vier. Às vezes sem querer pra só desejar me enfiar debaixo da terra quando o resultado aparece. Um dia me disseram que crescer, amadurecer, não é deixar de fazer merdas, é se tornar consciente delas e passar a estar melhor preparado pra encarar a sujeira que ela fizer. É saber por que se faz aquilo e que na verdade não é sem querer coisa nenhuma. Sei lá. Não consigo deixar de sentir que eu devia parar de fazer uma merda atrás da outra, mesmo estando careca de saber do porquê delas acontecerem. Ou talvez por isso mesmo. F.M., hoje você me ajudou a ver algo importante demais: que eu tenho sistematicamente estragado as coisas por ansiedade, por pressa, por estabanamento, por vontade desmedida de abraçar o mundo com as pernas. E essa é uma merda que eu não preciso repetir. Ah, meu amigo querido. Palavras se tornam vãs e nem sequer chegam perto de abranger o que eu queria mesmo que você soubesse. Fica o meu desejo que você saiba.
  2. Ainda pra F.M. Não mereço presente algum e ainda assim devo dizer que me sensibiliza que você sempre ouça tanto as coisas que eu lhe digo, ainda que por muitas vezes sejam apenas besteiras. Obrigada, cara.
  3. Quantas vezes isso já aconteceu e quantas mais irá acontecer? Interpretações equivocadas., comunicação truncada, conclusões erradas. O Direito tem uma máxima, "in dubio pro reu" (em dúvida, em prol do réu) que preciso adaptar à minha vida, porque estou cansada de me defender, de julgar que as coisas mais escabrosas estão sempre acontecendo comigo. O buraco que eu trago no peito me faz sempre esperar pela próxima estocada e, quando ela não vem, eu as vejo nas entrelinhas, como criança deitada no escuro vê monstros nas sombras provocadas pelas roupas penduradas e pelas cortinas. Cansei de agir assim e não vou mais. Não pedirei desculpas a você que se viu sujeito à minha fúria desarrazoada mais uma vez, embora deseje ardentemente que saiba o quanto finalmente eu entendi o meu engano.
  4. Joguei, horas a fio. O jogo? The Sims 2. Simulador de vida. Acho que estou precisando treinar.
  5. Não tinha o que dizer. E nem pra quem.
  6. Não tinha o que dizer. E nem pra quem.
  7. Cansaço físico e mental atingiram níveis insuportáveis.
  8. Isso não sei. Pode ser ansiedade manifesta do jeito mais triste que alguém com propensão a engordar pode enfrentar, ou posso estar com alguma deficiência no organismo. Prefiro achar que é a segunda.
  9. Necessidade de pensar em todas as merdas recentes e recorrentes, no presente e na crise desarrazoada.
  10. Por fim, a fantasia, que ficou um estouro, me rendeu o trabalho de explicar detalhadamente a um moço que eu tenho namorado e ainda vai render post exclusivo, assim que eu puser as mãos nas fotos. Aguardem.

Alguém já reparou que eu tenho mania de listas?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Escova Progressiva

Sim, eu sei que devia fazer um post que se prezasse, ainda mais depois dos últimos meia-boca que eu fiz, mas o choque pelo qual passei recentemente - ontem, pra ser mais exata - não permite que eu consiga fazer nada mais elaborado. Acho que todos sabem a que me refiro... (fica com a voz embargada)...

Ontem, depois de tanta exposição na piscina, de tanto esforço pra contar histórias mirabolantes e cretinas pra besta do Maurício Ricardo ganhar dinheiro às minhas custas, depois de aturar aquela gente burra e chata que juntaram dentro daquela casa e até um idiota cantando Ave Maria em cima da minha barriga dentro da sauna, eu fui... (derrama algumas lágrimas de crocodilo) eliminada do BBB 7.

Sim, meus amigos - todos vocês que já eram meus amigos antes e também os que só ficaram meus amigos depois de saber que eu estava concorrendo a um milhão de reais. Ontem puseram abaixo todos os meus sonhos de fama, riqueza e nudez na Playboy. Tomei uma senhora bica e fui cair fora da casa do BBB com o joelho ralado e o orgulho ferido. (tira um lenço e assoa o nariz ruidosamente).

Eu, que bebi e rebolei tanto, que fiz das tripas coração pra não deixar transaparecer o sotaque arrastado que nem aquela outra lá, eu que... (funga). É, foi-se. Dinheiro, investimentos, novela, minissérie, Ilha de Caras, tudo. Agora só me resta o meu pobre e cínico diploma de Direito e meus rotos sonhos de alcançar a magistratura, pra ser chamada de Doutora, viver resolvendo os problemas alheios e nunca os meus, me acabar de trabalhar, não ter alegria alguma na vida e morrer sozinha usando taileurs bege. Oh, vida, oh, azar.

Mas depois dessa experiência, posso dizer que cresci muito, estou muito mais madura, sou uma outra pessoa. Aquela casa, aquelas pessoas, me ensinaram tanto! Eu diria que foi quase uma peregrinação pelo Sagrado Caminho de Santiago de Compostela. Quase como ficar fechada num monastério no Tibet com todos aqueles monges carecas. Quase como trocar de corpo com a minha mãe numa sexta feira depois das duas terem desejado isso ardentemente.

Aprendi muito, e não só coisas boas. Aprendi que as pessoas mentem, que os rapazes dizem que nos amam e que somos maravilhosas, mas só querem nos levar pra baixo do edredon e no dia seguinte... (enxuga uma lágrima solitária, os olhos azuis perdidos no infinito, totalmente cara de diva). Descobri que pra viver neste mundo carrasco eu tenho que ser forte, a mais forte de todas. Uma pena que eu entendi isso um pouco tarde demais e as loiras acabaram sendo mais fortes que eu.

Mas não há de ser isso que vai me abater. Enquanto eu ouvia o Pedro Bial chamando o meu nome, os holofotes brilhando sobre mim e ia caminhando por aquela passarela infame, tive uma epifania. Uma voz cristalina, detentora da sabedoria do Universo, soprou em meus ouvidos: "Li, pinta o cabelo de loiro e faz uma escova progressiva!".

Eu confesso que fiquei realmente abalada. Então esse foi todo o problema! Não adiantaram os olhos azuis e nem meus cachos de boneca, os homens e o público preferem as loiras! Mais ainda, os cabelos lisos! Tendo o cabelo liso, pode ser loira, morena, negra, japonesa (que é o fetiche de muitos), ruiva (e se for ruiva então, meu filho, sai debaixo), que tá arrasando. E eu que sempre tive tanto orgulho dos meus cachos... (cai no choro de novo)...

(Cinco minutos depois, enxuga o rosto com decisão, pega o telefone e disca)

- Alô? Neide? Sou eu. Que nada, menina, o Pedro Bial é um velho babaca metido a garotão, tudo marketing...É, um horror. Mas não comenta com ninguém que eu disse isso, senão rola um processo pra cima de mim por quebra de contrato, hein?...Tá bom. Escuta, Neide, marca uma hora pra mim? Sobrancelha, querida. Virilha, unhas, limpeza de pele, tintura e...escova progressiva!...É, resolvi experimentar e...NEIDE SE VOCÊ TIVER A CORAGEM DE ME DIZER "EU DISSE" EU JURO QUE TOCO FOGO NESSE SALÃO!!!!!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Update

Atualização urgente!
Novas palavras-chave que geraram acessos no blog:

  • BIG BUNDAS AZL

  • GOSTO DE BUNDA

  • AMO BUNDA


  • ahahahahhahahahhahahahahahahahhaha...

    Essa história de bunda ainda vai render...e eu nem tinha pensado nisso quando escolhi o nome do blog.

    Ah, em tempo! Adicionei a Rapha (Whatever) nos meus links ali do lado. Ainda não conheço a doida, mas já gostei. O carnaval promete...rs

    domingo, janeiro 21, 2007

    Informações Impagáveis

    O negócio é o seguinte: demorou pra cair a minha ficha, mas caiu. Na sexta feira eu lembrei, lá pelas oito da noite, de colocar um contador aqui no Bunda Furada. Hoje, por mera e inócua curiosidade, fui ver se alguma alma perdida e solitária tinha entrado aqui. E qual não foi a surpresa quando constatei que 71 pessoas acessaram o blog desde então, dez na própria sexta. Fiquei passada, afinal, achei que só os meus pobres amigos vítimas da spammer maldita é que liam isso aqui.

    De acordo com o Google Analytics, 83% dos acessos vieram de novos visitantes (59), enquanto 17% vieram de visitantes de retorno (12). Esses doze não dão nem a Blogagi inteira...rs...bando de...blogueiros safados. Desses acessos, 32 vieram do Google, 12 do endereço direto, 8 do blog da Lilhoca, 5 do Blogger, 4 do blog do Théo, 3 do blog da Mini-Muffin, 2 do blog da Gabi, 1 da Blogagi, 1 do blog do Gui, 1 do blog do Outsider, 1 do Yahoo e 1 do blog do Junior.

    Desses acessos, 59 são do Brasil, 7 de Portugal e do Japão, Uruguai, Canadá, Estados Unidos e Alemanha, 1 de cada. Chic, né, benhê? Eu fico pensando, deve ter brasileiro ilhado pra tudo que é lado desse mundão, né não? Porque eu duvido que algum japonês ou alemão entendessem lhufas do que tá escrito aqui nessa joça.

    Do Brasil, 22 são de São Paulo, 9 de Minas Gerais, 9 do Rio de Janeiro, 4 de Brasília, 3 do Paraná e de Santa Catarina, 2 do Rio Grande do Sul, da Bahia e de um lugar não identificado e 1 do Mato Grosso do Sul. Muito né? Mas uma pobreza se levarmos em conta que o Brasil tem 27 Estados, contando o Distrito Federal. Ah, isso sem fazer ressalvas ao Piauí, faça o favor.

    Bom, essa é a parte chata que só interessa pra mim. A parte divertida são as palavras-chave que trouxeram pessoas pra cá pelo Google.

    27 pessoas chegaram aqui, adivinhem só pelo quê? Pela palavra BUNDA! Oh, surpresa!!!

    1 pessoa veio atrás de FOTOS DE INJEÇÃO NA BUNDA. o.O

    1 procurou por CALENDÁRIOS 2007 URSINHO POOH. ¬¬

    Alguém procurou por FURADA. Isso mesmo, furada. Só furada. Eu, hein?

    Outro procurou por BUNDA + NAMORADA. ...Ok, eu entendo a lógica disso, só não entendo por que procurar aqui.

    Por fim, a coisa realmente esquisita: alguém procurou por QUESTIONÁRIOS PARA FAZER PRO NAMORADO.

    HEIN???????? O.o Aqui?

    Nota mental: se alguém me vir colocar testes de mulezinha aqui nesse blog, me internem, DEPRESSA!

    Pelo jeito esse troço ainda vai render...rs...Acho ruim não, diversão eu não dispenso. Ah, e pra não dizerem que eu discriminei um pedaço da Blogagi, aqui vai Júlio, Eric, , Zander e Alê.

    Esqueci alguém? :-P

    sexta-feira, janeiro 19, 2007

    Time Bed Stories

    Eu ia postar. Mas perdi o tesão.

    Hoje não, benhê, tô com dor de cabeça.

    quinta-feira, janeiro 18, 2007

    Celebridade

    Então, pessoas. Quero comunicar que já descobri o que fazer da minha vida e nem sei como não pensei nisso antes. Anta.

    Como todos ou ao menos a maioria deve saber, nesse momento eu me encontro dentro da casa do Big Brother Brasil 7 sendo assistida pelo Brasil inteiro. De lente de contato azul, ófi córsi. E depois de um tratamento secreto com o médico do Michael Jackson para clarear a minha cútis ligeiramente empretecida (vê como eu sou chic, benhê! Mesmo estando falido e com a reputação desmoralizada, o moço - sim, porque ele nunca envelhece - ainda é um popstar. Aliás, O Popstar, que vai de pijama no tribunal do júri. Meu herói. /wub). Afinal de contas, se eu entrasse lá na casa mais badalada do país de olho escuro e meio pretinha, ia sofrer todo tipo de preconceito, ia ser vitima de conchavos, iriam me mandar pro paredão de cara e a Playboy nem ia querer passar o meu corpinho no fotoxópi pra sair na revista.

    Então foi isso. Embranqueci, aranjei um olho azul, guardei a vergonha na cara na gaveta de calcinhas (piada interna) e fui à luta.

    Nem sei por que me angustiei com o rumo que a minha vida vai tomar. Afinal de contas, basta eu usar shorts pequenininhos (nunca biquíni, pra aguçar a curiosidade do público), ficar tontinha nas festas, me esfregar em todos os caras enquanto danço provocantemente em frente às câmeras e pronto! Ganho um milhão de reais! Aí, quando eu sair da casa, cobro uns trinta por cento disso pra posar nua pra Playboy e tô feita.

    Aqui um parênteses muito necessário. Posar pra Playboy, pra SEXY não, por dois motivos: falta de cacife pra pagar tanto quanto a concorrente e a revista é de mau gosto. Não tanto as fotos, apesar de serem bem pior produzidas que as da Playboy, mas o texto pretensamente macho grosseiro descolado me irrita sobremaneira. Ok, ok, eu sei que essas revistinhas são apenas pra bater punheta (pérola do meu querido e amado namorado) e a maioria dos boçais nem lê o nome da fulana que tá lá com as partes expostas, mas ainda assim, eu tenho princípios, faça-me o favor.

    Aí, nessa altura, eu serei uma maravilhosa, charmosa, rica e desejada celebridade instantânea. Darei entrevista no Faustão, na Marília Gabriela (porque eu não só mais um corpinho e um rostinho bonitos, né, babe?), farei uma participação especial no Saia Justa, vou bater um papo interessantérrimo com o Jô, passar uma temporada na ilha de Caras e terei minha carinha e meus olhos azuis estampados por todo lado, porque o assédio dos paparazzi será atordoante.

    Talvez eu faça uma novela, se me convidarem. Mas tem que ser das oito, não aceito nada menos, a não ser que seja uma minissérie especialíssima em que eu interprete alguma personagem marcante da história do Brasil e contracene com o...ah, sei lá, dá pra ser o Clive Owen?

    Em todo o caso, o mais indicado é que eu caia no ostracismo depois de um ano mais ou menos de badalação. Mas, como de burra nesse caso eu só terei os olhos azuis, tiro-os com um movimento de dedos - sou ninja nisso, vocês nem imaginam - e viverei confortavelmente dos juros dos meus investimentos pra sempre.

    Ai ai, que cansa isso de fazer previsão de futuro. Dá licença que tá na hora de tomar sol na piscina pra decidir em qual dos moçoilos eu vou me esfregar hoje à noite na festa. Acho que naquele das tatuagens. Ando tarada numa tatuagem, não sei porquê.

    quarta-feira, janeiro 17, 2007

    Atrás do Bonde

    Todo mundo já ouviu aquela história de que o tempo urge. Lembro-me até que teve um personagem de novela, não me lembro o nome, cujo bordão era um trocadilho a esse respeito: "O tempo ruge". Ultimamente eu tenho mesmo ouvido-o rugir à minha volta como se eu estivesse perdida num daqueles takes vertiginosos, tão populares no cinema, em que o sol nasce e se põe em questão de segundos. E nem dá tempo de levantar da cama e já tenho que me deitar de novo.

    Estou com 23 anos, faço 24 no dia 03 de junho próximo. E me sinto abissalmente envelhecida, cansada, como se estivesse carregando pedras numa mochila há tempo demais. E com todo esse peso pendurado nas costas, é como se eu tivesse que perseguir um bonde que vai lá na frente, subindo uma ladeira. Não posso perder o bonde, de algum lugar eu tirei a idéia de que ele não passa duas vezes, nem hoje, nem amanhã. A hora é agora e só se eu correr como louca, a ponto de arrebentar os pulmões, é que conseguirei alcançá-lo.

    Mas enquanto corro, me faço as seguintes perguntas: eu quero mesmo alcançar esse troço? Pra que? Pra onde eu estou indo? Por que? E a pior de todas: será que eu sou capaz?

    Quando se é adolescente, lá pelos quinze, dezesseis anos, a vida toda se resume em planos de curto e curtísismo prazo. Geralmente passar no vestibular, entrar na faculdade. E pra isso se rala pra caraleo, uns entram, outros não. Whatever. Os que entram soltam um suspiro de alívio, porque algum idiota, não sei quem, incute nos adolescentes a idéia estúpida que o difícil é passar no vestibular, o resto é bico. Logo logo, percebem que o difícil está em ficar no curso que escolheram, o qual 95% das vezes não é nada do que queriam. E depois, tão difícil quanto, é sair de dentro da tal da faculdade, que não motiva ninguém a estudar e nem aprender nada. A maioria passa ilesa pela graduação, e acaba ficando com as festas ou dormindo, porque estão mortos pelo esforço de conciliar trabalho e curso.

    Mas, com tudo de ruim que há nesse período, ainda tem algo bom: durante três, quatro, cinco, seis anos, você não tem que decidir nada. Pode até ser um universitário ferrado, duro, andando de ônibus, contando moeda pra tomar uma cerveja, aturando desmando de patrão - estagiário é a sub-raça mor do mundo, só perde pra vendedor de shopping center - e tirando força sei lá da onde pra continuar em frente, mas não tem que escolher rumo NENHUM pra sua vida. É, em última análise, um tempo cômodo. E aí chega o último ano. Somada à euforia de acabar aquela joça, a saudade de alguns bons amigos e algumas boas risadas, a ansiedade: ai, meu Deus, o que eu vou fazer da minha vida agora?

    Sim, é hora das decisões de novo. E dessa vez não decisões de curto nem de médio prazo, são decisões pra vida toda. Procurar emprego? Abrir uma empresa? Sair da casa dos pais? Mudar de cidade? Casar? Ter filhos?

    Não interessa, meu filho, faça o que fizer, apenas ANDA LOGO, porque o tempo tá passando. E é como se a vida precisasse ser decidida numa mísera semana, levando em conta que o que você escolher fazer tem que pagar direito, tem que ser fonte de sustento. Nada de dar a louca e dizer "ah, vou entrar pro teatro" ou "vou ser músico", caia na real, artista morre de fome, arrume uma profissão de adulto e canalize suas aspirações prum hobby qualquer, é o mais razoável, o mais sensato, o que dará mais orgulho pra mamãe e pro papai, ver o filho bem sucedido, não necessariamente feliz.

    Ah, você está apaixonado? Que lindo! Então trate de dar um jeito na vida AINDA MAIS RÁPIDO, afinal, como você vai construir uma família assim? Não, você não pode sair de casa, morar junto com sei lá quem, você é a parte hipossuficiente do relacionamento! Não vai dar certo, meu filho! Pense bem. Mais um incentivo pra correr atrás do bonde com maior gana. E mais uma pedra na mochila.

    Mas será?

    Eu tenho sentido que a gente precisava poder se importar mais com o que se quer e o que se sente do que com o que se TEM QUE FAZER.

    Dá pra ficar feliz assim? Qual o limite de coisas que se tem que suportar calado, engolir? Existe limite pro que se sacrifica "em prol de algo maior, mais importante"?

    Sabe, é verdade. O tempo está passando alucinadamente. Agora mesmo, enquanto escrevo tudo isso. Simplesmente passando. Eu não terei 23 anos de novo, não poderei ver a vida pelo prisma que vejo agora em nenhum outro momento. Eu deveria poder parar pra olhar a paisagem, mas em vez disso, preciso continuar a correr. Senão não pego um lugar na janelinha.

    terça-feira, janeiro 16, 2007

    Meia Noite

    Engraçado...mais cedo, lá pelas oito da noite eu tinha planejado fazer um post tão bonitinho, tão otimista, falando de amor, de família, de valorizar quem a gente ama todos os dias e não apenas quando cai uma parede em cima dele...mas agora não sai nada disso. Só sinto uma tristeza irracional crescendo e uma vontade de chorar absurda.

    Pronto, já não é mais vontade.

    Alguns diriam que é hormonal, outros que é devido ao meu humor insuportavelmente instável e flutuante, talvez haja até quem diga que é a dieta. A lua, a posição dos astros, falta de sono, excesso de sono, a colocação do meu time no campeonato, falta de sexo e até o horário. Passando da hora de ir pra cama.

    Quanto mais a madrugada avança, mais negro e profundo fica qualquer buraco negro, isso é regra tão conhecida quanto o quadrado dos catetos ser igual a porra da hipotenusa. Sem cigarro, sem álcool e o pior, a fome tá voltando, junto com a enxaqueca.

    Miséria pouca é bobagem, né não? Merda.

    Eu odeio me sentir idiota, inadequada, pueril. Pequena.

    Tenho medo de fracassar, de não ser boa o bastante, de decepcionar quem eu amo.

    O que magoa é o ataque que vem de onde não se espera, porque aí a guarda está baixa. E mesmo uma brincadeira idiota pode machucar, afinal, nunca se sabe quando se está lidando com um ponto nevrálgico.

    Droga. Vou pra cama.

    Amanhã eu apago essa porcaria, por agora serviu de desabafo.

    sábado, janeiro 13, 2007

    Que Super-Vilão Você É?

    Your results:

    You are Mystique

    Sometimes motherly, sometimes a beautiful companion, but most of the time a deceiving vixen.


    Mystique -------------------------------------- 76%
    Magneto --------------------------------------- 63%
    Apocalypse ------------------------------------ 63%
    Poison Ivy ------------------------------------ 57%
    Dr. Doom -------------------------------------- 52%
    Catwoman -------------------------------------- 51%
    Two-Face -------------------------------------- 48%
    The Joker ------------------------------------- 47%
    Dark Phoenix ---------------------------------- 47%
    Riddler --------------------------------------- 47%
    Green Goblin ---------------------------------- 44%
    Lex Luthor ------------------------------------ 39%
    Juggernaut ------------------------------------ 32%
    Venom ----------------------------------------- 27%
    Mr. Freeze ------------------------------------ 26%
    Kingpin --------------------------------------- 23%

    Click here to take the "Which Super Villain am I?" quiz...

    quinta-feira, janeiro 11, 2007

    Trash Total

    Hoje eu faltei na autoescola. É, faltei mesmo, velho, não dava. Tem três dias que a minha cabeça dói sem parar e hoje foi a gota dágua. Eu NÃO IA lá pra dormir - e hoje eu iria dormir, sem dúvida - porque apesar de todas as minhas falhas de caráter (como por exemplo ser estudante de Direito), eu acho que dormir durante uma aula é uma falta de respeito imperdoável com quem está lá na frente, via de regra suando a camisa pra falar pruma turma desinteressada e desinteressante durante pelo menos 50 minutos.

    Em vez disso, fiquei aqui estudando e descobri que ninguém pode saber menos matemática do que eu, a não ser o Joãozinho, famoso personagem das piadas mais infames e antigas do mundo. Ou era Juquinha? Bom, só os dois mesmo.

    Além da dor de cabeça, tem outro motivo pra eu ter faltado na aula. Ontem, o papo foi sobre PRIMEIROS SOCORROS e hoje era o resto do assunto. E vamos combinar, né? NINGUÉM MERECE passar uma hora e quarenta minutos escutando sobre cortes, hemorragias variadas, jatos de sangue vermelho vivo e vermelho escuro, perfurações, amputações, esmagamentos...(ai, parei aqui, voltou o enjôo de ontem...ô mau gosto!).

    Aquilo não me ajudaria a salvar ninguém em caso de acidente, minha gente, só serviria pra me fazer desistir de tirar carteira apenas pelo risco de ter que realizar ressuscitação cardio pulmonar em alguém ou catar um membro amputado e colocar num saco com gelo pra levar pro hospital e...(sai correndo pra vomitar no banheiro).

    Não, cara, totalmente trash aquela aula, sem condições. Imagina, você tá lá, lutando contra o enjôo e o sono e de repente o professor arranca fora o próprio cinto e anuncia que vai mostrar o garrote. PORRA, se eu quisesse ver um garrote era só ficar na minha casa e colocar no canal adulto, ora bolas! Quase saí correndo. Mas aí ele prendeu o cinto no próprio braço falando algo sobre pressão no membro amputado e eu voltei a me concentrar no meu enjôo.

    Primeiros socorros pra mim é oferecer um band-aid, caraleo!

    Isso tudo sem contar as pérolas do dia, né?

    Pra começar, abri o manual e tava lá escrito: "Avalie se a vítima está consciente falando com ela. Se puder falar, significa que está respirando".

    Puta merda, que vontade de levantar e ir embora.

    E o professor não decepcionou. Veio logo com as dele: "Para verificar se a vítima está respirando, aproxime o ouvido do nariz e da boca pra ver se sai ar...mas não arrepia não, hein? Se não desconcentra, e lá se vai o salvamento".

    "Mulheres quando respiram movimentam os seios. E depois não sabem porque atrai tanto, aquilo mexe o tempo inteiro, ora!"

    "Se a vítima não está respirando pode tirar o capacete? O que é pior, morrer ou ficar paralítico?"

    "Respiração boca-a-boca se pára quando a vítima volta a respirar e não quando se escuta a sirene da ambulância, viu?"

    "Em caso de hemorragia continua, com sangue escuro, coloca açúcar, pó de café, areia, terra, teria de aranha, não é verdade, gente?"

    E, pra finalizar com estilo, "O buraco tá lá, sangrando sem parar, aí coloca açúcar. Tem é que torcer pra vítima não ser diabética, né?"

    Eu juro que me deu saudade da namorada que tinha medo de ser "estrupada".

    quarta-feira, janeiro 10, 2007

    Top Five

    Então, né. Mais uma corrente. Eu já listei seis coisas a meu respeito que as pessoas não sabem (que na verdade foram 10), já listei cinco manias, já respondi um questionário com nomes de músicas duas vezes e agora, tava demorando, me acorrentaram pra listar as cinco coisas que mais me irritam. Pô, isso é fácil demais, ainda mais na minha atual fase Doutor Jeckyl e Mr Hide, já diria o Júlio. Quem me colocou na fria dessa vez foi o puto do Eric e os coitados que serão acorrentados são Alê Félix, pra comemorar a volta da Bahia; Junior por ter me feito engordar e está me devendo; Théo por ser ainda mais puto que o Eric e ter feito o maior cu doce pra arrumar o meu layout (eu dei um jeito sozinha, seu traste, muito obrigada); Lelê porque eu tenho certeza que vou rachar de rir com o que irrita ela e, pra finalizar (não, não é o Zander, não, esse eu vou deixar pra MiniBolo), Daygo, porque ele vai matar a pau.

    TOP FIVE

    1. GERUNDISMO: quer me matar de ódio? Diga que vai estar fazendo, vai estar acontecendo, vai estar entregando e o escambau desse naipe. Te garanto que logo logo, no que depender de mim, você vai estar morrendo. Essa degeneração, esse atentado ao vernáculo que tem proliferado atualmente merece execração pública e as sanguessugas que aplicaram no Rambo no Vietnã.

    2. GROSSERIA: Respeito e educação cabem em qualquer lugar e, a meu ver, até sutileza é recomendável. Ninguém tem culpa se você se comporta como uma cavalgadura, guarde seus modos desagradáveis e suas farpas pra si mesmo ou pra quem os aprecie. Eu é que não. Ah, e tem agravante: se a grosseria é com quem o está servindo (garçom, manobrista, faxineira, vendedor, etc) é ainda mais absurda, irritante e merecedora de tiro na cabeça.

    3. ESTUDANTES DE DIREITO: É uma raça que se sente melhor que os reles mortais. Pessoas que passam cinco anos sendo ensinados a embromar e procurar brechas na lei pra conseguirem pro seu cliente a um preço caro o que aqueles que não te contrataram não conseguem. Que puxam saco de quem é conveniente, que têm a capacidade de se sentar num barzinho e discutir Direito, que consegue se sentar num dos banquinhos da Siciliano pra folhear um belo exemplar doutrinário. Este item se estende ad infinitum. (Ah, tem mais essa, esses malditos têm mania de enfiar um termo em latim aqui e ali pra mostrarem que sabem. Corja!).

    4. PENTELHOS DE MSN: Meu filho, AUSENTE, significa que eu não estou aqui. OCUPADO significa que eu tenho mais o que fazer. E mesmo quando estou ON LINE e não te respondo, acho que o mais razoável é você PARAR de chamar, não concorda?? Além disso, dá pra ter uma conversa de gente, normal, interessante, sem ficar babando na gravata nem pedindo fotos ou pra iniciar a webcam? Argh!

    5. TV SENADO E SIMILARES: Aqui em casa temos um sério problema nesse sentido. Você está cuidando da vida e pecebe que tem uma coisa te incomodando. Procura daqui, dali e nada. De repente, você entende que aquela perturbação na sua cabeça é a maldita da Heloísa Helena gritando contra alguma coisa no plenário ou alguma CPI desgraçada dos infernos, ou algum deputado-senador-presidente-sei-la-do-que vituperando sobre alguma coisa ou discutindo o sexo dos anjos políticos, tudo num volume incrível. Ai, como eu odeio isso, ai como me tira do sério. Só de lembrar me sobe uma coisa...

    Ah, eu quero estender essa lista...Se brincar eu faço TOP 15 disso mole, mole. Mas por hoje chega, senão fico sem nada pra dizer nas próximas correntes...

    terça-feira, janeiro 09, 2007

    Responda rápido...

    Numa bela tarde de verão (bela é o cazzo), o sol brilhando (torrando a cabeça dos transeuntes) e uma brisa morna se infiltrando por todas as frestas (ô, mormaço do inferno!), eis que a Lívia sai de casa com cara de poucos amigos (cara de bunda furada mesmo). Deixa mamãe, papai, irmãozinhos, namorado, gato, cachorro e papagaio orgulhosos (bando de espírito de porco do caraleo), pois está indo pra sua primeira aula de legislação na autoescola (este parênteses foi censurado por excesso de imprecações).

    Ela entra na autoescola e ouve as simpáticas saudações dos conhecidos (- Olha o caderninho de ursinho Pooh dela,que bonitninho!... - Vê se morre, Fabiano!). Senta na sala de aulas (abafada, porra), onde outras quinze lindas coleguinhas (cada baranga que parecia exército) esperando o começo da aula (delícia!).

    Logo no começo da aula a nossa heroína tem uma dúvida: Direção defensiva...estaria prestes a aprender como ser piloto de fuga?? Oh! Mas se fosse isso havia salvação praquela aula! Mais que depressa enviou um carinhoso torpedo pro amado namorado perguntando se era aquilo, e ele, com todo o romantismo do mundo (Não, porra!) desfez o engano. Desanimada, ela abriu o caderninho do ursinho Pooh e se dispôs a anotar alguma pérola de sabedoria (rá!).

    Percebeu então, que aquele professor era...hummm...peculiar (uma anta amestrada de patins), haja vista as piadinhas caprichadas (vomita) e os exemplos elaborados (vomita muito) com que recheava a explanação interessantíssima (vomita o pâncreas). De acordo com aquele gênio (da lâmpada), força centrífuga é aquela que faz o motorista seguir reto na curva quando está em alta velocidade, ocasião em que ele "chama Jesus" (pede pra morrer) e "come capim" (ele, com certeza). Como se não bastasse, era um professor performático, que demonstrava como dirigir de olhos fechados e até conhecia a requintada arte da testa na buzina (Lilhoca pode cobrar royalties).

    Quase no final da aula (sessão de tortura), ele se mostrou um pouquinho preconceituoso ao exemplificar "carro em condições adversas" com a Kombi do feirante (absurdo! a kombi do Théo deve estar bem pior!). Aí contou sobre a "lenda do rebite", que segundo ele, pode ser comprado facilmente em postos de gasolina que servem de parada para os caminhoneiros, apesar de ter tarja preta e rosa (Eric, verifica se é verdade, cara e se for, compra uns pra nóis, véi!). Pra combater o sono (sim, porque o rebite ele não recomenda, sabe como é...) ele sugere abrir o vidro e tomar vento na cara enquanto canta uma música bem alto (totalmente Priscilla, a Rainha do Deserto, só falta o lenço em volta da cabeça) ou estacionar e dormir alguns minutos, mesmo que a namorada sentada ao lado tenha medo de ser "estrupada".

    É, isso mesmo. Estrupada. Quando nossa heroína ouviu isso foi realmente o fim. Não aguentava mais ter a inteligência insultada, o estômago roncava que nem lambreta velha e, pra piorar, não podia comer porque tinha se pesado horas antes e descobrira que uma semana com o amado namorado tinha lhe custado quatro quilos a mais na balança.

    Aí o professor perguntou se alguém ali já tinha aquaplanado (ódio!). Como se tivesse escutado, o corte no pé latejou e decretou o fim da aula, por bem ou por mal. Ela respirou fundo e foi pra casa, determinada a xingar o primeiro que perguntasse da aula.

    Ah, antes de encerrar, um teste relâmpago:

    - VOCÊ É:

    a) Imbecil
    b) Muito imbecil
    c) Extremamente imbecil
    d) Um cacto.

    domingo, janeiro 07, 2007

    Encrenca

    Por vezes os acontecimentos da vida deixam entrever um padrão e, mesmo inconscientemente, acabamos esperando que as coisas aconteçam sempre daquela determinada forma e que as pessoas, mesmo novas, sigam o comportamento de suas precursoras. O que é uma idiotice sem tamanho.

    Ela acordou em meio aos lençóis brancos, ouvindo os pássaros cantarem do lado de fora da janela aberta, por onde entrava uma nesga de sol que prometia um dia glorioso. Espreguiçou-se lânguida na cama ampla e respirou fundo, sentindo-se absurdamente feliz. A este pensamento, sentou-se abruptamente na cama, exclamando: “Ai, meu Deus!”. A preocupação estampada no rosto era genuína e, saltando da cama, pôs-se a caminhar de um lado pro outro no quarto, mordendo nervosamente a pele do canto do dedão direito.

    Meia hora depois, jogou-se de volta na cama e puxou o telefone no criado mudo pra si. Discou e aguardou ansiosa que atendessem do outro lado.

    - Alô?
    - Oi, amor...
    - Que voz é essa? Aconteceu alguma coisa?
    - Não...bom, mais ou menos...
    - O que foi? Diz.
    - Ah, não é nada demais...
    - Quer fazer o favor de me dizer logo o que ta acontecendo? Estou ficando preocupado, caramba!
    - É que...eu acordei tão feliz hoje...que fiquei com medo!
    - Hein?
    - É, fiquei com medo. To tão insegura!
    - Insegura?
    - É...tá tudo tão bom...que eu sei que vai acontecer alguma coisa!
    - Você ta doida? Bebeu?
    - Aí, olha como você ta falando comigo! Eu te contando uma coisa séria, que ta me fazendo sofrer e você não ta ligando!
    - Querida, ta bom, eu até entendo que você sinta medo e insegurança, isso é normal...eu mesmo sinto isso todos os dias...mas daí a você surtar e sofrer por antecipação por alguma coisa que você nem sabe se vai mesmo acontecer, é loucura!
    - Não me chama de louca!
    - Não estou te chamando de louca, estou pedindo pra você ser racional, oras!
    - Eu sabia, você não me ama mais...está esperando o que pra me deixar?
    - Você...já parou pra ouvir o que está dizendo?
    - Eu não tenho mais condições de continuar essa conversa...depois eu te ligo, tchau!

    Desliga e abraça o travesseiro, chorando copiosamente. O telefone toca, ela ergue um pouco o corpo e olha pro aparelho, imaginando se atenderia. Acaba por estender o braço e balbuciar um alô ininteligível.

    - Não acredito que você desligou.
    - Des-culpa, m-mas eu n-não que-ria que vo-cê m-me ouvisse cho-chorar...
    - Não chora...eu te amo tanto...o que é que mudou, meu amor?
    - N-na-da...mas eu tô tão cansada de relacionamentos fracassados! Sempre que eu acho que ta tudo bem, sempre que eu to mais feliz, acontece alguma coisa!
    - Se você não acreditar na gente não tem mesmo por que continuar...
    - Mas eu acredito...só tenho medo de te perder...
    - Não vai me perder.
    - Não?
    - Não. A gente ta feliz, fazendo planos...não sofra sem motivos!
    - Vo-cê m-me ama mesmo?
    - Claro que amo! Já não cansei de provar?
    - E tudo o que a gente planejou...é pra valer? É de verdade? Você não vai me deixar?
    - Claro que é! Eu te amo, dá pra você colocar isso na sua cabeça?
    - Ta bom...
    - Te pego pra almoçar, ok?
    - Ok.
    - Beijo, babe.
    - Beijo.

    Ele desliga e olha o calendário sobre a mesa do escritório, onde vários dias estão assinalados com tinta vermelha. Larga o corpo na cadeira e respira fundo. Maldita TPM.

    quinta-feira, janeiro 04, 2007

    Cinza

    Estou coberta de tinta, o braço doendo e tudo porque a jaguatirica doida inventou uma reforma antes do Natal que ainda não acabou e que já rendeu paredes quebradas, muro derrubado, pedras assentadas pra todo lado, piso novo na garagem, e agora, pra finalizar, tinta nas paredes todas, é claro. Isso tudo com chuva. E no meio dessa zona eu escorreguei numa poça dágua e abri a sola do pé no dia de Natal. Resultado: fui parar no hospital, tomei pontos e vacina antitetãnica. Duas consiserações sobre o episódio: saca a boa vontade dos atendentes do pronto socorro de serviço num dia em que a maioria da população do mundo estava à toa, coçando o saco? Pois é. Outra: só quem me conhece mesmo é que sabe o que significa pra mim não só ver o tanto de sangue que saiu do meu pé, como tolerar quatro injeções de anestesia, pontos malfeitos e ainda uma injeção de vacina. Eu odeio, não espera, vou dizer de novo, ODEIO injeção. Eu tenho PAVOR de agulha. Inferno. E ainda tem segunda dose em fevereiro. Tô pensando em perder a memória E o cartão de vacinas junto.

    Mas, voltando à vaca fria, a conversa aqui pra todo lado é paleta de cores, estofamento do sofá, cor da estante, da esquadria, do tapete, da cortina, etc etc etc. Eu vejo a animação dela e não posso deixar de rir, mas realmente minha participação se atém à mera execução e alguns palpites insossos. Estou vendo tudo cinza.

    quarta-feira, janeiro 03, 2007

    Então tá

    Sim, eu me rendi.



    perdedor, lastimável, deplorável, lamentável, assexuado, obcecado, que tem a inteligência obscurecida, cego de espírito, contumaz no erro, insano, insensato, doido, estulto, excessivo, custoso, deprimente, aviltante, inútil, improfícuo, desnecessário, escusado, sem préstimo, frustrado, baldado, incapaz, inábil, embuste, velhacaria, fraude, virgem, intacto, isento de, puro, casto, inocente, singelo, sincero, patético, tocante, comovente, ridículo, que provoca ou desperta o riso ou o escárnio, irrisório, de pouco valor, insignificante, imaturo, que não tem ocupação, ocioso, abandonado, devoluto, vazio, atormentado, confuso, equivocado, confundido, embaraçado, perplexo, envergonhado, acanhado, obscuro, duvidoso, ambíguo, desordenado, imperfeito, mal distinto, incerto, avoado, distraído, tonto, imaginativo, fantasiador, sonhador, que tem capacidade para criar, que tem originalidade inventiva, criador, que devaneia, que divaga. Blogueiro.