quinta-feira, dezembro 02, 2010

A Mosca

Eu tenho ojeriza de moscas-mosquitos-e-afins. Me dá desespero ver essas coisas voando dentro de casa. Não, não é medo, não. E nem nojo, na verdade. É ultraje. Indignação. Eu tenho a sensação de que eles estão me difamando, sabe? Porque a gente costuma associar a presença desses nojentos seres voadores a sujeira e A MINHA CASA NÃO É SUJA, cáspita! Na nossa última casa raramente entrava algum mosquito/mosca voando pela janela, mas neste apartamento acontece algo estranho. Na verdade, eles ficam pousados NOS CARROS lá no pátio, como se estivessem numa convenção bizarra e diabólica, tramando contra todos nós. E cara, não nada cheirando mal em lugar nenhum. Eles simplesmente ficam lá, parecendo gatinhos que a gata pariu e fugiu. Ok, nada a ver com gatinhos, mas você entende a metáfora, certo?

Bom, estava eu cozinhando outro dia e o Fabrício sentado no sofá assistindo a televisão. E o mais revoltante de todos os tempos: entrou uma moscona verde-azulada voando pela janela da cozinha (certamente atraída pelo cheiro da panela), deu um rasante na cozinha e passou pra sala.


- Fabrícioooooooo! Olha o moscão que tá voando aí na sala!!!

Ele desviou o olho da TV e acompanhou com os olhos a mosca voando, vidrado. Mas foi só isso.

- Fabrício, faz alguma coisa!
- Uai, eu to fazendo!
- Não é pra olhar, é pra matar, Fabrício!
- Mas você mandou eu olhar, eu to olhando, Morena!
- Fabrício, olhar não adianta nada, você ainda não desenvolveu olhar de raio laser!
- Por isso mesmo, eu to treinando! Ó!

terça-feira, novembro 16, 2010

R.E.D.

Neste sábado levei o Fabrício ao cinema. Afinal de contas, não é porque a gente casou que tem que deixar de lado os programas de namorado, né? Então. Olhamos as opções em cartaz e escolhemos RED - Retired Extremely Dangerous. Na fila, eu catei um daqueles panfletinhos com pequenas resenhas dos filmes e me dispus a ler pra ele:

- Escuta só, menino: Frank, Joe, Marvin e Victoria costumavam ser os maiores agentes da Cia...
- Não precisa, Morena.
- Comassim, não precisa? Escuta! ...mas os segredos que eles guardam apenas serviu para tor...
- Já falei que não precisa ler isso, mulher! Pode parar!
- Mas por que?
- Porque não interessa qual é o roteiro do filme! Tem o Bruce Willis, não tem?
- Tem...
- E tem o Morgan Freeman, não tem?
- Tem...
- E tem um monte de explosões, não tem?
- Tem...
- Então pra que ler o enredo? O filme só pode ser bom, oras!
- Affe... - revirei os olhos.

PEQUENO PARÊNTESIS: o mais engraçado disso tudo é que o Fabrício não faz o protótipo cinematográfico masculino. Ok, ele gosta de um bom tiroteio? Gosta, na mesma medida que eu também gosto. Mas se você quer interessar o mocinho, acene na frente dele com algum documentário sobre vida selvagem, construção de grandes obras, investigações sobre como alguma coisa é feita, mitos e acontecimentos históricos. Os olhinhos da criança chegam a brilhar. Vai entender, né?

Mas então, o filme. Primeira observação relevante: CARAMBA, o Bruce Willis é o velho careca mais charmoso e mais enxuto do mundo inteiro. E tenho dito. Vai ser gatão daquele jeito lá na casa do chapéu, viu? Ufa.

Fala sério, né?

Ok, prossigamos. Além do charmosérrimo Bruce Willis, o filme ainda conta com o fenomenal John Malkovich (que é o cara mais foda do mundo, se me permitem a observação) que, longe de encarnar o galã, faz um velho maluco como ninguém. Ouviu, Christopher Lloyd? Malkovich é o cara.

Vocês não tem noção. E nem ele.

Além deles, o magnífico Morgan Freeman também integra a saga interpretando um velho octogenário debochado que está com câncer esperando a morte numa casa de repouso. ATENÇÃO PARA O SPOILER (ouviu, Dona Dehynha??) Bom, aqui eu devo fazer uma outra observação: esta foi a única coisa no filme que eu não gostei. Por que tem sempre um velho morrendo de câncer que pode ser sacrificado no desenrolar das coisas? Sério, você assistiu a Space Cowboys? A trama, muito parecida, traz esse mesmo defeito de caráter: o Tommy Lee Jones tinha mesmo que morrer? Você acha isso, sinceramente? Ah, nem, credo. AQUI ACABA O SPOILER.

Morgan Freeman vestido de periquito calopsyta.

E, para arrematar o Dream Team, ninguém mais, ninguém menos do que Helen Mirren. Poderosa, vitaminada e absoluta. Gente, como dá pra ser elegante daquele jeito? Até pendurada numa metralhadora gigantesca a mulher não perde a majestade. É praticamente um James Bond de saias, merece aplausos e parabéns também pra quem a escalou para o papel. Impecável.

Eu mato todo mundo. Sem descer do salto e sem desarrumar a franja.

Junto ao elenco dos sonhos, a fofa Mary-Louise Parker faz a mocinha meio desajustada que faz par com o galã careca dos olhos verdes. Richard Dreyfuss é o vilão malvado da história e Julian McMahon faz uma pontinha deplorável e de cara inchada (Ah, ele já não é mais o mesmo dos tempos de Charmed!).

O filme é excelente. Ainda que a história dê uma forçadinha em alguns pontos, a atuação dos atores é ótima, o entrosamento entre eles é genial, os diálogos são engraçados e prendem o telespectador do começo ao fim e a trilha sonora é uma delícia. E, importantíssimo: ainda que o número de tiros disparados seja absurdo até para os padrões de Hollywood, não tem um monte de mortes aleatórias e nem explosões desnecessárias. VEJA O FILME, vale muito a pena e os mocinhos vencem no final. Opa, não era pra contar isso? Foi mal. ;-)

domingo, novembro 07, 2010

Considerações dominicais

Olá, pessoas. Acabo de baixar mais de cem e-books do http://livrosgratis.net (e ainda vou baixar outra centena antes do fim do dia) e cheguei a algumas conclusões:

1. EU QUERO UM LEITOR DIGITAL DE NATAAAAAALLLLLL!!!!!! Ouviu, Papai Noel?? Eu fui uma menina tão boazinha este ano! Eu não chutei o cachorro do vizinho, não gritei com a moça que trabalha aqui em casa, não mandei a mulher loura do meu ex-chefe pro inferno, disse "por favor" e "obrigado" mais de duzentas vezes ao longo do ano, pedi desculpas sempre que eu vi que tinha feito merda, não xinguei nordestino no twitter. Quer melhor que isso, cara??

2. A quantidade de livros cujo mote gira em torno de vampiros, lobisomens, demônios, anjos, criaturas das sombras genéricas e todas as variações possíveis é gigantesca, abissal, extraordinária e deprimente. E a quantidade de livros que relacionam os benditos seres míticos com amor, paixão, obsessão, desejo e fetichismo é ainda maior e ainda mais deprimente.

3. Essa Norah Roberts não pode ser uma pessoa. Ou é uma máquina, ou uma confraria, ou um complô, ou uma lenda que nem o Zorro. Cara, não é possível uma pessoa escrever TANTOS romancezinhos água com açúcar com nomes ridículos assim! Ela chega a ganhar do Sidney Sheldon, tem noção?? A capacidade dela de inventar combinações com amor-mistério-paixão-desejo-perigo-magia não acaba nunca?? E quantas Tiffannys, Stefhannys (Absoluta!!!), Daphnes e coisas parecidas podem existir no mundo antes que ele exploda?? Putistanga, como diria o meu amado marido!

4. A quantidade de livros em cujas capas estão homens de torso nu é CONSTRANGEDORA! Gente, onde vai a época em que os romances estilo Júlia e Sabrina eram contidos e suaves? Que tanto de gente pelada, suada, terrivelmente apaixonada e enlouquecida de desejo é essa??? CRUZ CREDO!!!

Fala se não parece capa de pornô gay?
Essa mulherada tá com problema, credo.

5. Eu tenho um puta preconceito dessas escritoras estrangeiras chamadas Barbara. Pode pesquisar: a maioria dos romances assinados por Barbaras (Delinsky, Cartland, Pease, etc) são um monte de bobagens ou água com áçucar e tem homens semi pelados na capa. Ah, e uma grande porcentagem deles tem amor, sonho, coração, desejo e coisas do gênero no título.

6. A Stephanie Meyer é uma vaca. Por nada, não, é só pra constar, mesmo. Na categoria verdades-absolutas-que-devem-ser-ditas-sempre-que-surgir-o-ensejo, sabe?

7. A memória do meu computador foi pro saco!! ahahahaha... Pô, vou fazer uma lista de natal completa, assim não pode, assim não dá.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Sobre manias e raios vindos do céu

Primeira coisa: eu odeio textos cujo título começam com "Sobre sei lá o que". Por exemplo, Sobre Meninos e Lobos. Dizem que é um filmão, mas eu nunca consegui assistir, de pura aversão pelo nome. Outro: tinha uma mulher megachata no Multiply (aliás, ela ainda deve estar lá, eu é que sumi) que sempre publicava textos assim. Sobre sarampo e catapora. Sobre mau hálito e joanete. Sobre solidão e internet. Sobre Paulo Coelho e Agatha Christie. Sobre filhos e depressão pós parto. ARRE! Claro que eu deletei a filustreca em dois tempos. Menino, não dá pra descrever minha antipatia por esse troço. E por gente que usa isso, óficórsi. Mas como este é um texto de ressurreição (ou pelo menos esta é a intenção), resolvi me autoflagelar com este silício pra ver se sai algo que preste.

Então.

Eu nem quero falar muito sobre manias - por isso odeio esses textos que delimitam o tema logo de cara, que nem redação de vestibular - porque isso inclui fazer declarações óbvias como "todo mundo tem manias" ou "manias são coisas que a gente faz sem perceber" ou, outras menos óbvias como "as minhas manias beiram o TOC", mais ainda assim, todas muito indesejáveis. Ok, meu problema com manias - alheias, claro - é quando elas começam a me afetar. Veja bem, eu tenho manias chatas como cutucar a cutícula dos dedos da mão, não deixar o telefone tocar mais que duas vezes (porque mais do que isso a Terra explode, eu tenho certeza) e lavar as mãos com sabão por volta de quatro horas da tarde (senão eu entro em combustão espontânea, de acordo com as leis da física). São esquisitices, eu sei, mas não incomodam ninguém.

Quer saber de manias que incomodam?

O cachorro lulu do meu vizinho UIVA toda vez que, descendo a escada, passa pela porta do meu apartamento. Uma mulher que eu conheço fala "E aí, CHIQUE?" toda vez que te encontra, em vez de perguntar se está tudo bem. Minha mãe (e minhas tias) falam "quando é fé" quando contam um fato ocorrido. Meu pai (e o Fabrício) muda de canal que nem um possuído quando entra o intervalo daquele seriado importantíssimo (leia-se algo do naipe de Grey's Anatomy).

Mas tem coisa MUITO PIOR e hoje eu to com uma sanha assassina. A funcionária daqui de casa tem TODAS as manias que eu mais abomino no mundo. Ela me chama de "Lívia, minha filha", começa toda frase que me dirige dizendo "Desculpa perguntar" e "Que mal te pergunte" e, a pièce de resistance (to chic, benhê), ela suspira de trinta em trinta segundos e murmura "AI, SENHOR", que nem uma condenada à morte. E nem pense você que ela lava roupa prum batalhão na beira do rio ou que cria sete filhos (que nem a minha avó), ela simplesmente tem MANIA de gemer o tempo inteiro. PODE UMA COISA DESSAS???

Cara, hoje eu estive à beira de arrancar o fio do ferro de passar e dar uma surra nela. Já visualizei cinquenta mil jeitos de pular em cima dela e fazer ela calar a boca ou dizer como o meu pai dizia pra nós quando crianças (e fazíamos birra): "ah, você quer chorar? vem cá então que eu vou te dar um motivo pra chorar".

Motivo justo para gemer. Menos que isso, não.


E olha, people, eu APOSTO que o "SENHOR" tem pensado SERIAMENTE em mirar bem aqui na minha sala enquanto ela faz de conta que tira o pó de cima do rack, e jogar um raio a la Cavaleiros do Zodíaco no meio da cabeça dela pra ver se consegue ALGUM sossego nessa droga de vida.


PS: notem que uns meses afastada do blogue transforma qualquer mulher numa ranzinza de coração preto, peludo e espinhento. TO DE VOLTA!!! Beijos!

segunda-feira, outubro 11, 2010

A que ponto chegamos

- Fabrício, você ouviu esse barulho?
- Que barulho, Morena?
- Um barulho estranho, veio aí da cozinha...um som seco.
- Ah, mulher, estranho coisa nenhuma! Vai dizer que nunca ouviu um pum?
- O.o

terça-feira, outubro 05, 2010

Escarro eleitoral

"Você sabe o que faz um governador?

Eu também não sei, mas vote em mim que meu marido sabe".

Weslian Roriz,

Imagem1.jpg

A Tiririca Candanga

Que vergonha, meu Deus.

sábado, setembro 25, 2010

Audácia

Hoje de manhã tocou o telefone do Fabrício...espera, contextualizando. Sábado aqui em casa é dia de dormir até pelo menos nove horas, dia sagrado, sabe? Dia de desforra, tipo: "GRAÇAS A DEUS HOJE NÃO TEM NADA ME ESPERAAAAANDO!!!". Então, sempre que um espírito de porco liga aqui por volta dessa hora, nós atendemos um pouco ressentidos - a menos que sejam os pais da gente, afinal, pai e mãe sempre têm prioridade no telefone e só não são atendidos em duas ocasiões: quando ligam no meio do cocô número dois ou do sexo.

E hoje calhou do espírito de porco ser uma garota do seguro do Banco do Brasil. Nossa, o Fabrício ficou puto. E continuou puto quando uma hora depois elas ligaram de novo, mesmo depois dele ter dito que era pra ligar durante a semana. Aí ele pediu pra eu atender, mas a ligação caiu depois que eu falei "alô" duas vezes.

Pouco depois, ele estava trabalhando e ligou o Marcus, de quem eu já falei aqui, e ele pediu pra eu atender pra não interromper a linha de raciocínio. Atendi e de novo a linha caiu depois que eu falei "alô" duas vezes.

- Fabrício! Estou ficando complexada, ninguém está querendo falar comigo hoje!
- De novo?
- De novo! Eu falei "alô", "alô" e nada!
- Tem certeza que você colocou o telefone no ouvido certo??
- ...
- Ai, Morena! Ai! Moreeeeena!!! Ai, ai, aaaai!!!!

quinta-feira, setembro 09, 2010

Fabricices

Sabe, às vezes eu fico me perguntando se o Fabrício fugiu de algum filme do Adam Sandler. Cara, não dá, ninguém é tão naturalmente besta-safado-maluco-adorável desse jeito. TEM que ser roteiro.

Sexta passada, ele chegou puto do trabalho. P U T O D O I N F E R N O. E X P L O D I N D O D E N T R O D A S C A L Ç A S. Opa, isso pareceu coisa boa, né? (heh) Mas não foi. Tava chateado o bichinho, e isso é raro. Botei no colo, ouvi, consolei, fiz cafuné no cabelo. Por fim ele suspirou, me abraçou apertado e murmurou:

- Só com você eu posso desabafar...

- Ô, meu amor...estou aqui pra isso... Aliás, vou até começar a reclamar menos pra você poder reclamar mais, tá?

- É?

- É... afinal, o objetivo no nosso relacionamento é atingir um ponto de equilíbrio, né?

- Sei...e você vai ficar quantos anos sem reclamar pra gente atingir esse tal ponto de equilíbrio?

- FABRÍCIOOOO!!!


Outra. Hoje ele estava pesquisando programas de doutorado.

- Morena, que tal passar um ano no Canadá?
- Sei não. Muito frio, muito longe, meu inglês anda uma droga e o francês é praticamente inexistente.
- Ta... então que tal... Alemanha?
- Pirou?
- É. Muito mais frio até do que EU posso aguentar.
- Sem contar que alemão é uma língua do demônio falada por pessoas que só conhecem consoantes...
- Ok...então que tal a Turquia?
- Turquia??? Mas o que você...?? Turquia???
- Ué, qual o espanto? A Turquia é show...se der tudo errado eu vendo você pra fazer uma grana...
- E acha que eu to valendo bem no mercado turco?
- Ah, sei lá, pelo menos uns dois camelos eu acho que rende...
- ... (soc pow tum!)

sábado, agosto 21, 2010

Surtei

Fabrício está ali na cozinha, saracoteando só de cueca e camiseta, até arriscando uns passinhos de dança ao som do Glee que está tocando aqui na televisão e preparando torradas. Daí eu pensei: "hummm...acabei de pensar numa atividade ótima prum sábado à tarde..." e fiz uma cara beeem sugestiva pra ele, e falei:

- Fabríiiicioooo...

Ele olhou pra mim, fez cara de bravo e sacudiu o dedo:

- NEM PENSAR!! Cê tá querendo é que eu queime as minhas torradas, né???? SAI PRA LÁ, MULHER!!!!

Diz aí: eu mereço isso???

segunda-feira, agosto 16, 2010

Um pouco surda

Então, eu estou surda. What a hell? Sim, surda. Há uns dois meses meu ouvido esquerdo começou a parecer meio "entupido" quando eu tive uma puta gripe. Já tinha acontecido antes, então não me alarmei - esperei voltar ao normal. Entretanto, isso não aconteceu e, na semana passada, eu comecei uma procissão por consultórios médicos. Otorrino, fonoaudiologista, neurologista. O resultado parcial da situação é que a surdez do meu ouvido esquerdo não tem origem em nenhum "entupimento". Então o pessoal agora vai esquadrinhar a minha cabeça pra saber se é alguma lesão coclear, se é um tumor no ouvido, se é algum dano no cérebro, etc. E sabe, isso não tem sido nada legal. No primeiro dia em que o otorrino me disse que podia ser neurológico e talvez definitivo, eu desabei legal. Afinal, veja só, é uma deficiência, né? Significa perguntar "o que?" quando as pessoas falarem comigo, pra sempre. Ou significa usar um aparelho de surdez. Talvez signifique uma cirurgia - justo eu que morro de medo de agulha e bisturi! Então, era mesmo pra me detonar. Mas aí eu fiz uma força, no melhor estilo Rory Gilmore, para pensar nos pontos positivos da coisa. O que? Pontos positivos em perder a audição??? É, eu sei que parece forçado e, se serve para melhorar, não foi nada fácil encontrá-los e eles são muito, muito poucos: 1. eu poderia me candidatar às vagas especiais de concursos públicos; e 2. eu poderia comprar um carro com isenção de impostos, na condição de deficiente. Grandes merdas, comparado a perder a audição de um ouvido, né? Eu também achei. E ainda por cima, o Ministério Público está lutando pela inclusão dos deficientes auditivos no rol dos beneficiados pela isenção do imposto sobre carro, porque até agora, se você tem deficiência auditiva, parcial ou completa, você que se lasque, porque ninguém vai facilitar a sua vida te dando desconto pra comprar um carro. Aí, eu fiquei só com o concurso público que, por sinal, eu não tenho a menor vontade de fazer. (suspiro) Enfim, essas são as novidades. Vamos ver como fica. Em todo o caso, o choque já está menor e estou lidando melhor com isso tudo. Quando eu tiver uma reposta, conto pra vocês. Beijo, people.

terça-feira, julho 20, 2010

Decoração - ou TOP CINCO livros

Minha casa está um caos. Veja só, mudamos há dois meses para este apartamento de dois quartos e 65 m2 depois de termos morado durante um ano e meio num outro de 25 m2 (menino, e você achou que precisaria ir pro Japão pra ver uma micro-casa, né? Que nada! Bem vindo ao Distrito Federal, o lugar do metro quadrado mais caro fucking ever!) e adivinhe: os móveis que a gente tem não cabem aqui! Sim, pasme. Achamos que não seriam suficientes para ENCHER a casa, mas por algum motivo obscuro além da imaginação os móveis não cabem direito. Um armário é muito largo, o outro é muito alto, de repente temos mais livros do que prateleiras para enfiá-los...

Ok, aqui vai um dos meus famosos parênteses. Sim, temos mais livros do que prateleiras, não se trata de mero exagero da parte desta "Drama Queen" que vos fala. Isso porque, além de dramática, eu sou VICIADA em livros. Quer me deixar contente? Me dê um livro! Quer me ver tolerar uma fila bem comprida? Me dê um livro! Quer me ver calar a boca e te deixar ver o namoro-dos-animais-selvagens na TV? Liiiiivro! E ultimamente eu tenho adquirido vários e uns realmente excelentes. Por falar nisso, aqui vai um top cinco relâmpago! Hein? O post é sobre a decoração da minha casa? Ah, é verdade. Mas não interessa, eu não to medindo o post com régua, daqui a pouco eu volto ao assunto. Ou não.

Então, TOP CINCO LIVROS que eu li nos últimos dois meses e que valem a pena, people!

Um livro fofo. Não, pera lá. Essa descrição é horrorosa. Um livro...doce. (Putz, o que está acontecendo com você, criatura? Vamos, uma mini-resenha decente, pelamordedeus!) Este é um livro aconchegante. Alguém de vocês cozinha? Bem, não importa muito, porque todos vocês, com certeza, comem. E se parecem comigo ao menos um pouco, sente que comida é uma forma de expressão e pode ser tremendamente delicada e deliciosa. Isso, esta é a classificação de Escola dos Sabores: um livro delicado e delicioso sobre uma turma super-heterogênea de pessoas que se reúnem num curso de culinária e, usando este foco, a autora te conta a vida de cada um deles de um jeito cativante e irresistível. Vale a pena, um livro barato (R$ 24,90 na Livraria Cultura), divertido e tocante.

Desde o lançamento de Shrek (o primeiro), que eu não vejo um texto dirigido ao público infanto-juvenil tão irônico, inteligente, debochado e excelente assim. Soluço Spantosicus Estrondus III é um anti-herói da tribo vicking dos Hooligans Cabeludos. O dragão dele é um safado preguiçoso, egoísta, autoindulgente, subornável, nada assustador e simplesmente hilariante. Dois livros maravilhosos, baratos (R$ 15,92 na Livraria Cultura - cada um) e eu to ansiosa para ler os próximos livros da série!

Um dos livros mais sensíveis que eu já li. Anos cinquenta, pós-segunda-guerra na Inglaterra, os jovens reaprendendo a viver sem racionamento, sem morte, sem medo, mas ao mesmo tempo, ainda à sombra de tudo isso. Um livro que consegue te transportar de volta à época em que você ainda era inocente e pensava que o mundo era de outro jeito, um livro capaz de botar o cinismo dos nossos dias de lado durante deliciosas horas de leitura. Um livro ainda barato, embora menos que os outros dois (eu to numa vibe econômica ultimamente e adotei a seguinte filosofia: se eles forem baratos, eu posso comprar MAIS), que custa R$ 35,93 na Livraria Cultura, e que realmente vale a pena ser lido.

Bom, não podia faltar, né? Nosso amado Hugh Laurie estréia na escrita com um romance policial hilariante, que me arrancou boas risadas. O cara é foda também quando segura a caneta, minha gente. Thomas Lang é um pseudo-detetive politicamente incorreto que se ferra MUITO nesse livro, mas consegue pontuar tudo com raciocínios fantásticos e tiradas ótimas. Livro realmente muito bom, recomendo muito, folks! Principalmente se vocês, como eu, conseguirem comprá-lo numa promoção doida na FNAC, por R$19,90. (...) ahahahahahah...puta merda, eu fui fazer o link no site da FNAC e descobri que paguei sete reais a mais na loja do mundo real!!!

E, para fechar em grande estilo, senhoras e senhores, o mestre. Veríssimo quase derruba a gente da cadeira com este fantástico "Os espiões". Com personagens surreais, teorias mirabolantes, diálogos fantásticos e estilo absolutamente hilário, Luis Fernando Veríssimo se supera neste livro, vale DEMAIS a pena. (só pra constar, R$ 22,30 na FNAC)

E agora meu tempo acabou, eu volto ao assunto da decoração no próximo post, prometo. See ya.

sexta-feira, julho 16, 2010

Presente

Engraçado, já se passou quase um mês do meu casamento e hoje teve gente que começou o dia me fazendo chorar tudo de novo. Pelamordedeus, desse jeito eu vou ficar enrugada e vou ter que comprar um rolo de macarrão, um punhado de bobes de cabelo e um creme de pepino pro rosto, pra encarnar a megera que bate no marido que chega tarde em casa! Afe!

Mas, para quem tiver curiosidade, ESTE AQUI foi o meu casamento. E Andréa Paes é a fotógrafa mais talentosa do mundo, ouça quem tiver ouvidos de ouvir.


domingo, julho 04, 2010

Praticamente autista

Ontem tentaram me convencer que sou autista.

Nós resolvemos fazer um "programa de adulto" o que, traduzindo, significa sair à noite no sábado, coisa que eu NUNCA faço... Ok, isso soou meio looser demais, vou explicar.

Eu detesto ajuntamento de gente. Multidão, barulheira, falar aos berros, pegar fila, realmente não estão no topo da minha lista de "coisas que eu estou disposta e gosto de fazer". Não, obrigada. Quando eu estava em Uberlândia, uma cidade com 800.000 habitantes, ainda era possível ir pra algum lugar que, não obstante tivesse gente, não tinha gente-pra-caralho. Mas aqui em Brasília, a coisa muda consideravelmente de figura. Entre mais de 2.500.000 de habitantes, não existe lugar pra estacionar o carro, todos os lugares a que se vai tem lista de espera (um dia eu vou escrever detalhadamente sobre como eu ABOMINO e sou INCAPAZ de lidar com listas de espera na porta de restaurantes/bares/lanchonetes/e afins), existe uma quantidade absurda de adolescentes nessa cidade - talvez porque com a quantidade de funcionários públicos que tem aqui as pessoas se sintam livres para procriar com segurança financeira ou talvez porque mesmo as pessoas adultas se comporte como se adolescentes fossem, vai saber, né? - e, pra piorar, a qualidade do serviço cai demais em lugares muito cheios.

Então, desculpem, eu não saio no sábado à noite. Porque eu não to "na prateleira", como diz o Fabrício, porque eu não tenho necessidade de "ver e ser vista", porque eu gosto muito mais de tomar um vinho em casa ou na casa de amigos do que encher a cara na rua, e porque eu tenho muita coisa boa pra fazer em casa, como cozinhar, assistir a bons filmes, ler bons livros e cuidar com afinco da minha vida sexual. *pisc*

Então, voltando. Ontem nós resolvemos fazer "programa de adulto" (aham) e saímos no sábado à noite. Fabrício, eu, Marcus e Maíra. Pausa para falar de Marcus e Maíra. Ok, este será um post cheio de pausas, pelo visto, mas não dá pra simplesmente falar desses dois sem apresentá-los.

Marcus e Maíra são um casal de amigos nossos que costumamos ver frequentemente. Maíra é procuradora da Fazenda Nacional e está com o saco tão cheio daquilo que entrou prum curso de Literatura Russa pra "desanuviar". Como se Dostoiévsky ajudasse alguém a deixar a cabeça mais leve. (um revirar de olhos) Maíra é faladeira, extrovertida e super adepta de ligar para SACs e fazer reclamações veementes. E é a pessoa mais adoravelmente sem noção que eu conheço. Ela diz o que ela pensa na sua cara sem pesar as consequências e você precisa se lembrar de que ela é "A Maíra" e encarar como piada. Um dia ela me disse na cara que eu tenho um gosto cinematográfico duvidoso (oh, Deus, dai-me forças!), noutro dia ela disse que eu tenho paladar de cachorro (porque eu consigo identificar a maioria dos ingredientes que tem na comida), e também me disse que a minha casa é fictícia e que eu moro no carro (porque eu nunca tinha trazido ela aqui). Ontem ela disse pro Fabrício que os lóbulos da orelha dele são esquisitos e colados na cabeça, o que é claramente um indicativo de que o sujeito é um praticante de magia negra. Enfim, Maíra, senhoras e senhores, se eu continuar a lista, mudo o tema do post e falo só dela.

Marcus, por outro lado, é minha alma irmã, tanto que a Maíra está seriamente convencida de que sofremos da mesma doença, talvez uma forma leve de autismo, sei lá. Marcus é doutor em Direito Constitucional, professor universitário e alterna entre a expressão facial mais séria do mundo e uma outra, desdenhosa, que usa quando está se divertindo internamente com alguma ironia-contradição-idiotice que ele tenha detectado no mundo ao redor. Ele não gosta de pessoas, é o terror dos alunos dele porque ele exige que eles façam "raciocínios elementares, oras!", é enjoado com comida e sacaneia a gente (Fabrício e eu) sem dó nem piedade. Na verdade, quando a Maíra disse que a nossa casa era fictícia, foi ele quem completou dizendo que morávamos no carro. Pior: eles foram meus padrinhos de casamento e agora sempre que o Marcus atende ao telefone ou nos encontra, ele sai com um "não vai pedir a bênção do Dindinho?". Filho da Puta. E EU ANDO COM ESSAS PESSOAS.

Mas, enfim. Saímos ontem à noite, Fabrício, Marcus, Maíra e eu pruma coisa prosaica, sabe, meramente comer um hambúrguer e tínhamos duas opções de lugar: o Respeitável Burger e o Genaro. Por votação - eu perdi por três a um - fomos primeiro para o Respeitável. LOTADO, com um monte de gente esperando e sem sinal de ninguém levantar das mesas. Adivinha se eu concordei em esperar? Passei a mão no telefone e liguei no Genaro. "Alô, tá cheio aí?" "Está". "Tem gente esperando?" "Só um casal". "Dá pra reservar mesa?" "Dá". "Então reserva aí que estamos chegando em dez minutos".

Bora entrar no carro e tocar pro Genaro. No caminho, bateu a dúvida:

Marcus: - Qual é mesmo o endereço, gente?

Lívia: - Ih, não sei, não. Fabrício, cadê o IPhone pra gente ver na internet?

Fabrício: - Deixei em casa carregando...

Maíra: - Ué, pega o telefone e liga lá pra saber, oras!

Lívia: - Nem morta. Liga você.

Maíra: - Mas por que?

Lívia: - Eu já estourei minha cota de falar no telefone hoje.

Maíra: - Credo, gente, que pobreza! Pega aqui meu telefone, pode ligar!

Nisso o Marcus e o Fabrício, que já tinham entendido, já estavam rindo.

Lívia: - Não é pelo dinheiro, Maíra... Ai, ai, Fabrício, explica pra ela?

Fabrício: - Ela não gosta de falar no telefone, Maíra. Como ela já ligou pra lá hoje uma vez, e SOZINHA, sem ninguém pedir, já foi esforço demais, entende? Acabou a cota.

O Marcus ria. A Maíra virou pra me encarar de olho arregalado:

Maíra: - Cê tá me gozando?

Fabrício: - Não. Ela chega ao cúmulo de escolher a pizza, buscar o telefone, discar e me passar o aparelho pra eu falar. Aí ela arruma os pratos, os talheres, os copos, os guardanapos, abre a porta quando toca o interfone e se esconde quando eu abro a porta pro entregador...

Maíra: - Menino, mas é a mesma doença do Marquinhus!!!!!! Tadinha!!!!

E seguiu tagarelando sobre o meu autismo e sobre Síndrome de Asperger...Não teve um episódio do House em que eles cismaram que ele tinha isso?? Eu mereço, Deus.

quarta-feira, junho 30, 2010

De volta. Agora de verdade

Puta que pariu. P u t a q u e p a r i u. Cara, casar enche o saco. Lidar com cotidiano enche a porra do saco. E faculdade de Gastronomia também ENCHE O SACO PRA CARALHO. Prontofalei. Ok, estou abusando um pouquinho do espaço, vai. Eu mereço. E não reclama, eu podia ter mandado tomar no cu também, né? Mas to quietinha, como devo estar.

Então, pessoas, HELLO. De volta do limbo e tanta coisa me ocorre entre novidades, maravilhas, reclamações, sacanagens, o filme do Esquadrão Classe A e um puta sono que me bateu agora. Mas sigamos em frente, pela honra e pela raça do brasileiro-em-época-de-copa-do-mundo e ....zzzzz. Mas então. Sim, como a Júlia Paccanaro me perguntou agora há pouco no twitter, eu casei. Casei no dia 19 de junho de 2010, foi legal pra caramba, chorei até virar uma zebra com listras de rímel preto na cara, a luz acabou durante uma hora (sorte que tinha tanta vela acesa que quase baixou o corpo de bombeiros lá), me deram um drinque vermelho saindo fumaça chamado "Praga de Sogra" que eu bebi corajosamente, paguei mico, ganhei presente, dancei música do Magal, comi um monte de docinho, abracei mais gente do que eu já tinha abraçado na minha vida, conheci a Jo (ela é liiiiinda!), e passei um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Não o casamento em si, mas o que veio com ele.

Sabe, a minha vida sempre foi cheia de altos e baixos. Se alguém teve (ou tiver) a curiosidade de olhar os arquivos mais antigos desde pobre blog indefeso, percebeu que as coisas nunca foram muito fáceis. Estabilidade sempre passou longe, os picos e os vales sempre se sucediam muito rapidamente. Mas, - e isso lhes digo eu, que sei da história inteira, inclusive dos segredos sórdidos - isso se deveu aos tropeços do caminho tortuoso e doloroso que me trouxe até aqui e me moldou do modo que sou hoje. E depois de sobreviver a ciumentos, egoístas, indiferentes, imaturos, tediosos e insuficientes, eu encontrei o cara.

O Fabrício é tão bom que eu sempre fiquei esperando a merda bater no ventilador, sabe? Esperando a hora de dar tudo errado, quando ele aparecesse com uma outra família, quando eu descobrisse que ele era travesti, quando ele fosse bruto, impaciente e mau de modo que eu tivesse que dizer pra mim mesma "oh, Deus, mais um?", que ele se cansasse de mim e fosse embora, que ele se revelasse um imbecil estéril que me entediasse até à morte, que um piano atingisse a cabeça dele quando ele estivesse passando pela calçada, que eu descobrisse que ele era traficante de crack...enfim, essas coisas muito plausíveis quando se trata da minha vida.

Mas a casa nunca caiu. Ele tem se mostrado consistente com a primeira impressão que eu tive dele em tudo até hoje. E se algo mudou, foi para melhor, porque minha admiração por ele só faz crescer. E naquele dia em que a gente se deu as mãos e caminhou no rumo do juiz de paz, e assinou lá o papel e botou um anel no dedo, a realidade me atingiu que nem uma bolada: ele não ia embora mais. Eu não estava mais uma vez amando sozinha e fazendo planos sem eco, era pra valer, sabe? Era de verdade! Era pra estar sempre junto, pra construir coisas, pra conhecer de tudo, pra se entregar por inteiro. E cara, aquilo foi tão enorme, tão dolorido e tão bom, um alívio, um cansaço depois de ter subido a montanha, uma felicidade de estar olhando o mundo de lá de cima com o vento batendo nos cabelos, que não deu pra segurar. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida: o momento em que eu percebi que eu tinha mesmo achado o meu lugar.

Ele está aqui ao lado agora, deitado esperando eu terminar de atualizar o blog. Está resmungando que eu devo estar sacaneando ele no post e que eu sou uma mulher desalmada. Até parece...rs...Essa vai ser a hora que eu mostrar fotos da lua de mel. Me aguardem.

segunda-feira, maio 03, 2010

Bolinha

- Fabrício, essa semana eu vou passar à base de salada e bife!
- Noossa, que isso?
- Um intensivão! Topas?
- Ah, Morena, eu posso ficar só no bife? Esse negócio de salada...
- O que que tem?
- Ah, é muito verde...e nas folhas verdes tem bichinhos!
- Você está assistindo muito Animal Planet pro meu gosto...
- Então eu tenho que comer salada?
- Tem.
- Morena, você vai se vestir de salada?
- Vou. De cenoura.
- Hum, vem cá meu cenourão... Epa! Cenoura não, Morena!
- Ué, que que tem?
- Eu não vou dormir com um cenourão na mesma cama, ora!
- Então eu me visto de pepino...ó, o pepinão...
- Mulher, tu tá de sacanagem comigo?
- Imagina, meu amor...
- Pepino porra nenhuma! Última chance!
- Tá bom, então eu me visto de nabo.
- Humm...ok, nabo pode.
- POR QUE?
- Ué, nabo é redondinho...
- Nabo? Redondo? Você não tá confundindo com rabanete?
- Eita, e tem diferença?


- Uai, amor, o nabo que eu conheço tá mais com cara de cenoura do que de bolinha...
- Mas o que eu conheço é de bolinha! Sua mulher degenerada! Do coração preto, peludo e espinhento! É BOLINHA, tá??? E pára de rir!!!! Ah, eu vou dormir no sofá!!!

quarta-feira, abril 21, 2010

Explicações e enquete

É, acho que eu nunca fiquei tanto tempo sem atualizar isso aqui. Mas também, pessoas, eu nunca casei na minha vida. É, é isso aí. Eu desapareci desse jeito porque a minha vida virou um caos: eu mudei de casa, a faculdade não tem me perdoado, o trabalho tem exigido mais do que eu gostaria e, além disso tudo, o Fabrício me pediu em casamento, eu aceitei e vamos nos casar em junho. Ou seja, daqui a dois meses e sinceramente? Só quem já casou é que sabe o tanto que isso é difícil. Ok, eu ainda estou longe de ser a noivazilla convencional e o nosso casamento também não vai ter nada de tradicional, mas ainda assim, é dose. Por isso eu to ensaiando há dias pra sentar aqui e atualizar o blog, mas nunca tem sobrado tempo ou energia. Mas isso vai mudar. É aquele típico lance que basta começar: coçar, espirrar, jogar... não, eu não vou dizer trair. Eu, hein? VIRA ESSA BOCONA PRA LÁ, vai agourar outra pessoa, faz favor? Affe.

Pronto, agora que o tabu está rompido, fica fácil voltar aqui pra contar as novas peripécias do Super Fabrício. Ah...ele tá aqui do lado dizendo que é pra eu fazer uma enquete pra saber se os fãs dele:

a) estão com saudades
b) arranjaram outro ogro pra acompanhar
c) estão querendo ouvir um dos casos em que ele sacaneia a sogra (não, Fabrício!)
d) nda.

Ai, caramba, agora aguenta.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Atualizaçãozinha rápida

Respondam rápido, pessoas: pra onde ir no carnaval e não correr sequer o risco de ouvir axé music???



Acertou quem respondeu OUTRO PAÍS!! \o/ Estamos indo amanhã cedo pra Buenos Aires e algo me diz que será o melhor carnaval da minha vida. Mostro as fotos quando voltar, ta? Beijo e não me liga, porque não to levando celular. Fui!

sábado, fevereiro 06, 2010

Pequeno sacrifício

Você sabe que um homem te ama quando pula na frente de um carro pra te salvar, leva um tiro no seu lugar e coisas do tipo, certo? Errado! Há alguns minutos, estávamos esticados na cama assistindo a Be Cool aqui em casa, uma preguiça danada. De repente o Fabrício começou a murmurar uma coisa ininteligível.

- Hein?
- Pega ela, pega ela!
- Que isso, menino?

Ele fazia gestos como se estivesse abanando alguma coisa pro meu lado.

- Vai lá, pega a Morena!

Um pernilongo gordo estava esvoaçando em volta da canela dele, procurando uma abertura pra chupar um sanguinho.

- Vai, minha filha, pega ela!

E o pernilongo continuava em volta dele, sem se convencer. Por fim ele cobriu as pernas com um lençol, resmungando.

- Droga!
- Deixa ver se eu entendi...você estava tentando fugir do pernilongo me jogando na linha de fogo?
- Ué, Morena, assim fica todo mundo feliz: eu não me coço e elas ficam de barriguinha cheia!
- E eu, cara pálida?
- E o que é um pequeno sacrifício em prol da harmonia da casa e da família, mulher? Estica o braço aí!!!

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Começando com o pé direito

Minhas senhoras e meus senhores, dou por iniciados os trabalhos do ano de 2010. Mas não pensem que porque mudou o ano que os causos aqui vão começar de jeito diferente. Não, eles vão continuar começando com um casal sem noção deitado na cama e isso acontece por uma só razão: os episódios insólitos aqui em casa quase sempre acontecem quando apagamos a luz e nos deitamos pra dormir. Acho que é porque o Fabrício fica meio possuído nessas horas, sei lá.

O fato é que mais uma vez apagamos a luz e deitamos pra dormir nessa casa e começou a palhaçada.

- AAAAAAAAI FABRÍCIOOOOOOOOOOOOOO!!!! VOCÊ MORDEU A PONTA DA MINHA LÍNGUA!!!!!!!!!!!!!!!

Ele se sacudiu inteiro de tanto rir. Eu já contei pra vocês que o Fabrício ri que nem o Mutley? Ai, que vontade de bater nele!!!!

- Ô, minha Morena...tadinha da escandalosa...vem cá, vem...
- Não, sai pra lá! Você quase arrancou a minha língua!
- Ô, Morena, é amor...
- Não, Fabrício, sai pra lá...você tá muito...é...hã...sorrateiro hoje!
- Sorrateiro?
- Não, não é essa palavra que eu quero! Ai, meu Deus, qual é a palavra??
- Pra me qualificar? Lindo, amoroso, cheiroso...
- Não, Fabrício, pára, a palavra num tá vindo!!!...Ai, como é que é? Sorrateiro?...Não...
- Sorrateiro...
- É, Fabrício, ai, que agonia!...Como é que a cobra é?

Essa cobra não parece uma minhoca?


- Mole - e desatou a rir de novo. - Mole...roliça...comprida...gelada...
- PÁRA FABRÍCIO!!!!
- Afinal a cobra é um animal de sangue frio...
- Socorro, qual é a palavra, meu Deus???
- Venenosa, perigosa, guardiã da maçã que ferrou com a Eva...
- Sorrateira...
- Traiçoeira, Morena!
- ISSO!!! Traiçoeira! A cobra!...Fabrício?
- Quê, Morena?
- Por que a gente tá falando de cobra, mesmo?