terça-feira, fevereiro 26, 2008

Programa de Índio

Preste a maior atenção do mundo nisso que eu vou dizer agora. É sério, talvez você lembre das minhas palavras mais cedo do que você pensa: nunca subestime o potencial destrutivo de um programa de índio. Por mais que você pense que ele já atingiu toda a sua plenitude, não se engane - sempre tem mais um pouquinho guardado. Pode e vai piorar.

Por exemplo. Existe pouca coisa pior pra se fazer do que comparecer a chás de panela e de bebê. Caso você não esteja ligando o nome à ocasião, chás de panela são aquelas festas tenebrosas em que uma feliz infeliz prestes a se casar reúne as amigas e as parentes - por que mulher se fode até nessas horas, hein? - em meio a utensilhos domésticos e vasilhas tuppeware embrulhados pra presente. A finalidade é ganhar de presente aquela miuçalha que quem vai se casar precisa pra montar uma casa e, eu suspeito fortemente, ver até que ponto as pessoas resistem sem morrer de tédio e de nojo. Sim, porque eu ainda não falei das brincadeiras idiotas, dos trotes, da gritaria feminina, da comilança, das sacanagens pronunciadas por matronas estranhas que aproveitam a ocasião pra soltar a franga e abanar a saia, aparentemente antegozando a lua de mel da futura noiva. Ou isso, ou já morrendo de rir da pegadinha: "Rá! Ninguém te avisou? Se fodeeeeeeu!".

Sacou a visão do inferno? Tenha a decência de se apiedar da próxima vez em que ouvir alguém querido do sexo feminino comentar que recebeu um convitinho colorido dizendo pra comprar uma bacia. Por mais que a vontade de rir seja maior, tenha pena. Afinal, você pode precisar de alguma coisa algum um dia, né? Sei lá, um rim ou um pedaço de um fígado. Essas coisas acontecem.

Os chás de bebê, por outro lado, são um pouco piores. Ah, duvida? Tsc. Ser incrédulo. Depois não diga que não avisei.

Chás de bebê têm tudo o que têm chás de panela, com a diferença que em vez de utensilhos domésticos, o que se empilha por todo lado são fraldas descartáveis. Centenas delas! Noturnas, com gel, sem gel, da Turma da Mônica, do Pernalonga, da Barbie. Barbie? Ok, exagerei, mas você entendeu. E se você acha que mulheres são barulhentas, some um trilhão de crianças em idades diversas a essas mulheres barulhentas. Imaginou? Não, acho que não vai dar nem pra chegar perto do horror da realidade.

Pensa assim, ó. Cada mulher adulta que chega na porra do chá de bebê está carregando um bebê a tiracolo, ou trazendo pela mão uma criança naquela idade de correr, gritar e rabiscar a parede. É impressionante! E um indício claro de que pessoas normais, com interesses variados NÃO VÃO a uma merda de ritual insano desses! E você também não iria, não fosse a possibilidade de banimento da manada que lhe ronda insistentemente. Um passo em falso e as feras cairão sobre você, arrancando a carne dos ossos antes mesmo do sangue esfriar. Então, fazer o que, né? Atarraxar um sorriso e tocar pra "festa" (cof cof).

Aí pronto, você está lá. De um lado, a grávida. Do outro, a que vai casar dali nove meses. E por todo lado, as crianças. Você se vê acossada contra uma parede e sente chegou o seu fim. Olha à sua volta e descobre que mais alguém está ali, pensando em cavar um túnel com a colher do bolo. A namorada magrela do seu primo. Droga, aquilo mal serve de consolo, uma pessoa com aquela circunferência - de esqueleto de laboratório - sequer vive no mesmo mundo que você, o que pode saber de compartilhar sofrimentos? Mas, espantosamente, ela geme uma imprecação parecida com as suas próprias e, com a chegada de uma prima dissidente ao bunker, vocês se tornam um trio acuado.

Logo vocês chegam à conclusão de que no convite de todas elas, menos no de vocês, estava escrito que só entrava quem trouxesse uma criança junto e que quanto mais barulho a criança fizesse, maior o pedaço de bolo que a convidada levaria pra casa. Controlando a custo a vontade de chutar criancinha mal educada, descobrem que a crueldade do evento supera todas as expectativas. Sua mãe, olhando meigamente pra dois bebês apostando corrida de gatinhas no chão, lhe diz: "Ah, Lívia! Tá passando da hora de você ter um nenenzinho também! Se esperar muito eu nem vou ter forças no braço pra tomar conta de neto!". Isso porque a desgraçada acabou de completar 45 anos, você pensa que devia pessoalmente cortar os braços dela fora. E sem falar no desânimo que dá ouvir uma coisa dessas e pensar: "Se eu nem consigo arrumar um namorado que não me largue seis meses depois ou que me faça ter vontade de matá-lo, COMO DIABOS eu deveria ter um filho, porra????". E imediatamente você começa a se imaginar entrando num banco de esperma aos quarenta anos e pedindo "um com QI alto pra viagem", antes que você morra sozinha sem ninguém que te ame, seja comida pelos cachorros e encontrada semi apodrecida no seu apartamento uma semana depois de ter sofrido um derrame no tapete da sala.

Mas a coisa é ainda pior. EU DISSE QUE SEMPRE PIORA! Sua prima dissidente conta que a mãe dela alegremente lascou essa há poucos minutos: "Ah, a Juliana não tá grávida não, tá gorda mesmo!". Você arregala os olhos, horrorizada: "O queeeeeeeeee???" É, tem mais essa. Cada filha de Deus do sexo feminino que tava ali, com exceção da namorada magrela do seu primo, estava gorda. Mas, como elas tinham parido, era como se merecessem o indulto automático. Vocês, as estéreis, é que tinham a obrigação de emagrecer ou, pelo menos, de suportar os comentários sobre o peso que não podiam ser feitos quanto às sagradas genitoras espalhadas placidamente entre as fraldas descartáveis.

Prestes a enlouquecer, você tira do bolso o celular, aperta uns botões aleatórios e acaba descobrindo - oh, glória!!! soem as trombetas! - que ele tem Texas Hold'em nos aplicativos!!!!!! E se deixa mergulhar de mansinho no seguro e confortável universo virtual, onde permanece durante umas duas horas, até notar que a bateria está acabando.

Ah, não, aí já é demais. Alucinada, você segura forte no braço da sua mãe e anuncia em tom de ameaça: NÓS...VAMOS...EMBORA...A G O R A. E olhando nos seus olhos, ela parece entender a gravidade da situação, porque passa a mão na bolsa rapidinho e vai saindo à francesa em direção ao carro.

Alguns quarteirões em silêncio e ela murmura timidamente: "Filha...eu tava brincando..."

E é quando você finalmente perde a fleuma de vez e pronuncia algo semelhante a "vá tomar naquele monossílabo tônico do corpo humano que raramente é exposto à luz do sol!".

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Manual para homens perdidos

Estou pensando seriamente em escrever um manual. Apenas ainda não decidi se será um manual de "coisas para fazer" ou "coisas para não fazer". Hein? Tendeu nada? Ok, explico.

Definitivamente, tem muito homem perdido no mundo. E não estou falando dos desaparecidos procurados pela família, nem dos fugitivos da polícia, nem de pretensos príncipes encantados que não aparecem nunca (estão em coma, certeza!) e nem do bando do Peter Pan. Não.

De acordo com o dicionário, perdido significa: disperso; sumido; extraviado; naufragado; apaixonado em extremo; devasso; louco; corrupto; gasto em vão; esquecido; condenado (por uma doença); coisa que se perdeu; pessoa corrompida, desgraçada.

Bem, eu ia usar um sentido mais coloquial, o popular "sem-noção", mas suponho que "desgraçado condenado" possa servir.

A coisa é a seguinte: outro dia eu falei aqui sobre o email "oi, quer tc?" que eu recebi. E acho que todo mundo concorda que esse tipo de mensagem só serve pra rir ou pra sentir dó. É ruim? Certamente. Mas não é nem de longe o pior tipo de mensagem que se pode receber. Quer um exemplo?

Ontem me chegou um email dizendo que eu esqueci de mencionar na descrição do meu perfil - advogada, blogueira compulsiva e mal humorada crônica - a palavra "gostosa". É, isso mesmo. Alguém chegou a essa conclusão olhando pruma foto de resolução ruim. E, como se não bastasse, completou: "adoro mulher chata, mal educada e compulsiva, geralmente é falta de um bom trato, aí é que eu chego junto pra da um geito, estou aqui? bjommmmmmmmm..........."

Eu já li isso algumas vezes, porque primeiro eu tava tentando entender e depois acreditar no que eu tava lendo. E mesmo assim, ainda consegue me chocar quando colo a mensagem aqui e formato. Não que eu seja extremamente sensível e tenha me ofendido com algo que o cara tenha dito, longe disso. O que me choca é ele achar que ISSO é uma aproximação aceitável e talvez desejável.

E calma, dá pra piorar. Eu nem tinha me refeito do susto, quando o remetente resolveu complementar a mensagem inicial.

"Só não me peça danos morais, sou sincero e direto, e pode me chamar do vc quiser, mas não tome nenhuma conclusão antes de me conhecer na alma, na cama e no trabalho, sou chato para ser livre e encontrar assim o ponto mais alto do prazer onde ninguém mais alcança comigo, talvez só vc, mas precisaria saber, hoje estou completamente louco, amanhã quero estar mais ainda, me deixem viver no meu lixo, nas minhas ruas escuras, mas não me tirem a liberdade, por isso não me prendo nem mesmo aos meus desejos, como estou sentindo agora por vc só te digo TE DESEJO, o resto não sei.............................."

(suspiro) Parece muito estranho eu dizer que isso me entristece? Claro, como alguns gênios provavelmente dirão, se eu disponibilizo meu email no perfil, estou sujeita a esse tipo de coisa. Ou, que se eu não quisesse receber esse tipo de coisa, não devia publicar na internet, porque fazendo isso eu me exponho automaticamente. E por favor, se puderem me poupar desses lugares comuns, eu agradeço.

O que realmente me entristece é saber o quanto expressões como "bom gosto", "sutileza" e "respeito" passam longe do vocabulário de algumas pessoas. Veja bem, eu aposto que ALGUMA mulher adoraria receber esse tipo de mensagem "direta", "urgente", "virulenta", "impetuosa". Alguma, com certeza gostaria. Mas não eu. E o que me deixa perplexa é que, como um leitor me disse essa semana, do jeito mais delicado, sutil e agradável possível, ler as coisas que eu escrevo dá uma sensação de intimidade e dá perfeitamente pra saber como eu sou e como eu penso.

Mas pelo visto, não são todos que conseguem ver, ou eu receberia mais mensagem inteligentes, estimulantes, sutis, engraçadas e elogiosas, e menos manifestações de truculência e mediocridade. E perceba que o cara não quer me agredir, ele pretende posar de grande sedutor com o que disse. Um ser livre, intenso, às vezes sórdido e que poderia representar pra mim um acontecimento em termos de prazer. Uau, como eu posso deixar de me deixar envolver por um furacão desses? ¬¬

Olha, eu não estou procurando por nada disso. Ao contrário. Obrigada por tentar, mas acredite: você precisa de umas dicas pra dosar melhor essa sua "liberdade".

E é exatamente por essas e outras que eu to pensando em escrever um manual. Só não sei ainda se será "Coisas que uma mulher não espera ouvir de maneira nenhuma e que só vão queimar o seu filme" ou "Como abrir a boca e dizer coisas que poderão agradar a uma mulher que seja no mínimo inteligente".

Talvez eu deva fazer uma enquete. Qual das duas abordagens seria mais proveitosa, hein?

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Caso Verídico

O cliente entra no escritório e anuncia à secretária que quer falar com o advogado. Ela estende a mão e interfona:
- Doutor Fulano, seu cliente, Zaphod Beeblebrox* está aqui pra falar com o senhor.
O Doutor Fulano responde, espantado:
- O QUÊ?
A secretária reafirma:
- É. Seu cliente, Zaphod Beeblebrox, está aqui.
O Doutor Fulano retruca, em tom de brincadeira:
- Uai, então pode começar a rezar...
A secretária fica confusa:
- Hein? Por quê?
O Doutor Fulano afirma:
- Esse homem morreu, Dona Secretária!
A secretária arregala os olhos, espia por cima do balcão, analisa o cliente, um velhinho todo enrugado e sussurra no telefone:
- Ai, Doutor, como assim? O homem tá aqui na minha frente, falando e andando!
O Doutor Fulano parece intrigado:
- É um velhinho?
A secretária, já encolhida na cadeira, responde:
- É!
O Doutor Fulano coça a cabeça:
- Esse mesmo. Mortinho da silva.
A secretária, quase chorosa:
- E o quê que eu faço???
O Doutor Fulano, muito sério:
- Bom, dizem que quando os fantasmas aparecem assim, a melhor coisa a fazer é saber o que eles querem.
A secretária, perdendo a fleuma:
- Mas ele já disse o que ele quer! Falar com o senhor!
O Doutor Fulano não parece muito animado com a idéia:
- Ahnn...tem certeza?
A secretária, irredutível:
- Absoluta.
O Doutor Fulano, procurando uma saída pela tangente:
- Ah, fala que eu não to aqui agora...
A secretária, com cara de poucos amigos:
- Ele está me vendo conversar com o senhor esse tempão todo, Doutor.
O Doutor Fulano, se dando por vencido:
- Ah, ta bom. Mas pergunta aí pra ele que assunto é, eu não tô lembrando se eu fiz algo pra ele querer se vingar de mim agora.
A secretária, muito profissional:
- Sim, só um minuto.
(...)
- Doutor, ele disse que ficou faltando fazer um pagamento de honorários...
O Doutor Fulano, se animando:
- Opa! Então por que não falou logo? Pode mandar entrar!
A secretária, aliviada:
- Sim, senhor.
O Doutor Fulano se lembra a tempo:
- Ah, Dona Secretária! Aproveita e pergunta pra ele se fantasma toma café. Se tomar, manda a Maria passar um quentinho.

* nome fictício para preservar o real, que é feio e único, mas que a discrição da dona do blog não permite divulgar.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Emails Divertidos

Todo mundo que bloga, em algum momento, fez menção aos benditos e-mails pra "deixá-la louca na cama" ou "aumentar o tamanho do seu pênis". E até quem não bloga também. Uma amiga um dia me fez engasgar de tanto rir quando disse que tinha recebido tantos emails falando do pênis dela num dia só, que ela tinha até ido no banheiro conferir se tinha mesmo um e se era mesmo tão pequeno quando diziam.

Mas, afinal, não é desses emails que eu quero falar. É de uns que são ainda mais engraçados e não, não são de gente que pergunta se eu quero "tc". Apesar de esses serem mesmo muuito legais.

Esse povo que manda emails ilegítimos tentando me fazer clicar num link qualquer que vai rodar um arquivo .exe no meu computador é o mais hilariante de todos. Lembra de quando eles diziam "Não queria te contar, mas você está sendo traído! Veja as fotos AQUI. Assinado: um amigo"?? Ah, esse era ótimo, claro, porque eu só tinha notícia que tinha chegado pra gente solteira. Risco quase zero (temos que considerar tudo possível nesse mundão de meodeos, né?) de clicar no tal do link. Aí inventaram um outro que também sempre me fazia rir. O das fotos comprometedoras da festa. Ah, cara, esse é tão bom que merece colagem, xo ver se eu guardei...pô, não guardei. Blogueira incauta, imprevidente!

(se estapeia em penitência)

...Mas, enfim. Esse é o seguinte: uma pretensa amiga escrevendo pra outra dizendo "Nooooossa, Juuuu!!! você ficou muito doida na festa ontem!! eu nem acreditei quando te vi fazendo tudo aquilo, amigaaaa!! Olha AQUI as fotos que os meninos tiraram, o "fulano" já ta mandando pra todo mundo!!!" ¬¬ Err... bom, só pelo amor à argumentação:

1. meu nome pode no máximo ser abreviado pra "Li".
2. eu não bebo e quando bebo, nunca passa de duas - latinhas, taças de vinho, etc.
3. tenho como premissa de vida nunca nunca nunca dar vexames em festas.
4. tenho como premissa de vida nunca nunca ter amigas que me deixariam dar vexame na festa.

Olha, "amiga", bateu na porta errada. Mas torci muito pra nenhuma Ju ter ficado mucholoca numa festa qualquer e ter clicado no fatídico link. E torci muito pra que pessoas interessadas na desgraça alheia tenham clicado no link aos montes, só pra vingar as "Jus" que existem por aí.

Em todo o caso, comecei esse post pra falar de dois emails específicos que me chegaram no sábado. Um deles era "Investigação Pessoal", tinha exatamente o .exe e o remetente se auto intitulava "Detetive Antônio". Saca só o caô do cara:

INVESTIGAÇÃO PESSOAL

Fomos contratados para realizarmos uma investigação sobre você.
Devido ao fato de a contratante não ter honrado sua parte, estamos eviando algumas imagens.Se houver interesse da sua parte em saber sobre a contratante, nas imagens consta nosso contato.
anexo: FOTOS


Atenciosamente,


Antonio Soares

Detetive Particular

Cara, eu vou fazer o que, né? Chorar? É, só chorando mesmo. De rir. Eu fico pensando: será que tem gente que cai nessa? Bom, ta certo, eu sou solteira, não tô traindo ninguém, não tô prestando concurso pra nenhum cargo importante que requeira investigação de vida pregressa (como magistratura), não tenho sequer segredos cabeludos que eu possa temer que alguém descubra. Claro, pra mim vai soar ridículo mesmo, a consciência ta tranqüila. Além disso, acho que ele deu azar, porque não dá pra levar o português dele a sério nem fazendo muita força. E mais: "nosso contato está nas imagens"???? Pooooorra, aí é subestimar mesmo a capacidade intelectiva do pobre destinatário do email. Mas, enfim...tem gente pra tudo mesmo.

Por fim, um email curioso. De Fernando de Noronha. Hein? Fernando de Noronha é um lugar e não uma pessoa? Juuura? Pois ele resolveu criar pernas. Ou pelo menos dedos, porque me mandou um email. Confirmando o pagamento de um boleto, porque eu to indo pra lá, supostamente (nesse ponto eu me rasgo de inveja do real destinatário do email). Ó só, vê se você também não morre de inveja:

Prezado LIVIA SANTANA E SANTANA VAZ,
Esta mensagem confirma que recebemos o seu pagamento do boleto 00000000XXXXX referente à Taxa de Preservação Ambiental.Lembramos que tanto você como seus acompanhantes devem levar para Noronha o Formulário de Controle Migratório e as guias de identificação (uma para cada pessoa) impressos, junto com o boleto pago.
Atenciosamente,
Administração do Arquipélago de Fernando de Noronha


¬¬

Maldito seja quem está indo pra Fernando de Noronha enquanto eu e os outros mortais trabalhamos. Tomara que alguém mande umas fotos da festa pra eles verem.

domingo, fevereiro 17, 2008

Conversas Insólitas III

Lívia diz:
Vai entrar um filme em cartaz que deve ser mó derrota, mas que eu quero ver, cara.
Nayra diz:
Qual?
Lívia diz:
É um filme do Morgan Freeman com o Jack Nicholson, na história de dois velhos que resolvem fazer umas coisas antes de morrer...comédia com fundo sentimental, sabe?
Nayra diz:
Adoro!!!!!!!! e tome caixa de lenço!
Lívia diz:
Aí eu tava pensando ontem...meu, eu tenho o espírito mais velho desterrado do mundo. Sexta foi aniversário da minha mãe e ontem o povo veio pra cá... lá pelas tantas um carinha pegou o violão e anunciou presunçosamente que as músicas que ele ia tocar eram pra pessoas com mais de trinta.
Nayra diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Lívia diz:
Saiu de "essa noite eu quero te ter", continuou com "a dois passos do paraíso", tacou um "Camilla" e depois disso descambou prum pop rock nojento e inaceitável...Alguém que toque Capital Inicial merece respeito?
Nayra diz:
Ai minha nossa senhora!
Lívia diz:
Eu me senti veeeeelha, querendo que ele cantasse "Andança", "Detalhes", "Trem das Onze", "As Rosas Não Falam"...aí eu vi o trailler do filme dos velhos e pensei: EU VOU. Foi quando me veio o pensamento: você é velha. Aliás, mais que velha, você é moribunda...sabe qual é o filme de amor mais romântico do mundo pra mim? Alguém Tem que Ceder...VELHOS! Porra, nada me comove mais que velhice e solidão e pelanca e desesperança...Pô, vou escrever isso no blog antes que eu esqueça!
Nayra diz:
Corre...não vou nem comentar pra não interromper a inspiraçao súbita!
Lívia diz:
ah...vai ser agora não. Não posso blogar com a Cautelar me olhando, é que nem trepar na frente do pai
Nayra diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Uma maldita letra de música

do maldito Chico Buarque.

Sem Açúcar

Todo dia ele faz diferente
Não sei se ele volta da rua
Não sei se me traz um presente
Não sei se ele fica na sua
Talvez ele chegue sentido
Quem sabe me cobre de beijos
Ou nem me desmanche o vestido
Ou nem me adivinha os desejos
Dia ímpar tem chocolate
Dia par eu vivo de brisa
Dia útil ele me bate
Dia santo ele me alisa
Longe dele eu tremo de amor
Na presença dele me calo
Eu de dia sou sua flor
Eu de noite sou seu cavalo
A cerveja dele é sagrada
A vontade dele é a mais justa
A minha paixão é piada
Sua risada me assusta
Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira
Enquanto ele dorme pesado
Eu rolo sozinha na esteira
E nem me adivinha os desejos
Eu de noite sou seu cavalo
Eu rolo sozinha na esteira

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Enquanto isso, no escritório...

Tô que nem maluca aqui elaborando uma petição de Medida Cautelar que tem que ser ajuizada até amanhã. Correria louca. Agora há pouco, parei um pouco, esfreguei os olhos e me dei conta de que a última vez que eu tinha feito xixi tinha sido na hora que eu acordei, às sete da manhã. Aproveitei o ensejo.

Estava eu no lavabo, ao lado da minha sala, quando ouço passos subindo as escadas, uma batidinha delicada na minha porta e a frase:

- Uai, cadê ela? Será que pulou a janela?

No segundo andar. Só se fosse pra cair dentro da piscina de roupa, que nem filme do Stallone com a Sharon Stone.

A Benícia é uma figuraça. Nem se eu parasse de trabalhar e ficasse aqui tentando descrevê-la ia chegar nem no dedinho do pé dela, então, já que o meu recreio será só de dez minutos, digo que ela é debochada pra caramba e vai ter que servir.

- Eita, num sei.

A Aline é um amor. Também não dá tempo de descrever, mas basta dizer que ela faz tudo o que eu peço, o que a torna uma das minhas pessoas favoritas no mundo inteiro...rs

Nesse ponto, dei a descarga - excesso de informação? - lavei as mãos e saí, enxugando as ditas na toalha de papel. A porta da minha sala tava aberta e as duas visitantes sentadinhas nas cadeiras em frente à minha mesa. Junto com elas, uma bandeja com uma pamonha picada num prato, uma torradinha de pão integral num pires ao lado, um guardanapo amarelo e uma xícara de café florida. Mas nada de bule de café.

Assim que me viu, a Benícia atacou:

- Ahá! A gente fica lá embaixo pensando que cê tá aqui em cima trabalhando e na verdade cê fica "morcegando", né?

- Morcegando???

- É, uai. Fazendo de conta!

- Ah, sei, até parece. Não se pode nem mijar em paz mais nesse escritório.

A Aline só ria. A Benícia quis saber:

- Que é que cê tanto ri, menina?

- Uai, Bê, cê trouxe a xícara e o café ficou?

Rimos todas. E as duas ainda tiraram no par ou ímpar quem ia na cozinha buscar o bendito café. Perdeu a Aline, e a Benícia ainda beliscou a pamonha dela enquanto ela não voltava.

Cara, eu adoro isso aqui.

status quo

Hoje: Valentine's Day.
Nos ouvidos: Don't Make Me Wait, do Seal.
Na cabeça: adultério, contestação, plano de saúde, medida cautelar.
Nos pés: o chão, até que se prove o contrário.
No corpo: o espírito. De porco.
Na boca: um sorriso diplomático.
Nas mãos: uma tonelada de papel com palavrório jurídico.
Na manga: o Zap!
Na pauta: riscando o que me chateia.
Na ponta da língua: a letra de Summertime, que tá tocando agora.
Na frente: trabalho.
No msn: um monte de gente ocupada.
Na hora: de tomar água, antes que eu vire um figo seco.
Na noite: teatro, "Sobre mentiras e segredos".
No fundo, no fundo: aliviada, animada e saudosa.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Miscelânea

Eu to trabalhando pra caralho. Acho que vou mover um processo de danos morais e materiais contra um certo banco aí. Acabei de escolher que pós graduação eu vou fazer, por um sistema altamente científico de listagem de prós e contras. O inglês deve começar no mês que vem. E tive uma idéia genial ontem e nem é um blog novo, dessa vez envolve ganhos financeiros e não, não tem a ver com o adsense.

O mais difícil de idéias geniais é convencer os cúmplices de que são geniais. Aliás, os gênios sempre são incompreendidos, é foda. Tenho certeza de que o Einstein era tão descabelado porque repuxava os cabelos de frustração por não acreditarem nele. E isso sem falar do Van Gogh que cortou a própria orelha, né? Eu, por minha vez, mordo os dedos, o que é ainda mais grave, óóóóbvio. Quem liga pruma advogada sem orelha? Ninguém! Ninguém nem vê que tá faltando algo embaixo do cabelo. Agora quando os dedos estão todos mordidos, machucados, faltando ou sobrando pele, as unhas sem fazer e tudo sujo de tanto manusear processos imundos, aí sim, todo mundo repara. Inferno.

Mas voltando. Sabe aquele filme com o Ben Stiller e o Jack Black - ok, ok, referência péssima, mas não me enche - chamado, se não me engano, Inveja? (...) Aí, pronto, fui pesquisar no Google. Aqui não se dão informações pelas metades. O filme é "A Inveja Mata", originalmente, apenas "Envy". Então. O filme é bem besta, mas o que me fez lembrar dele no presente assunto é o fato do Ben Stiller morrer de inveja do Jack Black porque ele teve uma idéia aparentemente estúpida, investiu na idéia e ficou extremamente rico da noite pro dia. E o cara não acreditou nele, achou que era besteira. E o que aconteceu? Teve que enfiar a viola no saco e pedir arrego pro cara depois. E convenhamos, pedir arrego pro Jack Black é quase tão ruim quanto elogiar o Diogo Mainardi pessoalmente. Cruzes.

Da mesma forma acontecia com o lendário Cebolinha. Ele usava a poderosa mente do mal para bolar planos elaborados, maquiavélicos e infalíveis para derrotar a Mônica, mas o Cascão nunca acreditava nele e acabava ferrando tudo. Aliás, se eu fosse um pouquinho mais doente mental, poderia dizer que "O Segredo" (ahahahaahahahahah) explica muito bem o que acontecia com eles. Afinal, cara, o Cascão tinha pensamento negativo!!! Era ele o responsável pela conspiração do Universo que fazia com a Mônica sempre descobrisse o plano e descesse o cacete neles. Certeza! Tudo culpa do descrédito, da falta de fé das pessoas na genialidade alheia!

Que droga, viu. Pelo jeito ainda vou gastar o maior latim pra convencer as cúmplices do quanto a idéia é original, visionária, produtiva e rentável. Mas pelo menos alguém me faz jus. O Roberval, depois de ouvir a minha idéia, me disse agora há pouco que eu sou uma mulher empreendedora que enxerga longe.

Ok, quando você chega no blog do Roberval, você encontra concentradas todas as besteiras que circulam por email, as bizarrices do youtube e muito mais coisas toscas impensáveis. E aí, pensa: o que a opinião de um cara desses conta? E eu te respondo: conta e muito! Porque esse gosto por tosquices não é nem a ponta do iceberg. Já viu aquela propaganda da Brastemp que fala de Lado A e Lado B das personalidades? Ok, esse negócio de lado A e B é definitivamente gay, acho que todo mundo deve lembrar da marchinha de carnaval "Maria Sapatão, sapatão, sapatão/De dia é Maria, de noite é João" quando escuta isso. Mas o conceito é válido: por trás de um bem sucedido homem de negócios, tem um cara que faz mergulho submarino, que dança tango, que salta de pára quedas, que ensina pintura pra crianças carentes, etc. Esse é o Roberval. Um cara que no lado A trabalha horrores, é bom pra caralho no que faz e nunca consegue dormir antes da meia noite, porque continua trabalhando madrugada afora muitas vezes até sem perceber. E no lado B, é chegado numa bizarrice. Mas quem não é, né, Biscoito?

(...) Parei agora e reli o post. COMO eu consegui misturar Van Gogh, Cebolinha e marchinha de carnaval num post só???? Misericórdia!

Bom, não faz mal. Todos os posts que eu comecei nos últimos dias não foram pra frente. E pelo menos eu consegui atualizar o blog sem fazer post sombrio, sem contar a minha idéia genial pra alguém plagiar antes de eu conseguir executar, sem fazer nenhuma lista e nem postar letra de música, porque sinceramente, letra de música é o fim. Não tem nada mais frustrante, porque deixa margem prum monte de interpretações e não diz porra nenhuma no final das contas. E se tem uma coisa que eu odeio é não poder ir além das suposições. Odeio.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

LOL LOL LOL

Definitivamente eu acho que as pessoas subestimam meu mau humor.

Veja bem, por mais que a Dehynha diga que eu sou garota enxaqueca, que odeio tudo e que sou chata "bagarái", eu até tolero muita coisa. Mas convenhamos, né? Tem limite.

Hoje eu recebi um email assim:

de "Fulano de Tal que nunca vi mais gordo" às 11:05 a.m.
Oi gata me passa seu msn beijos

Nobre e prezado leitor, seja sincero. O que você pensaria ao ler semelhante mensagem? Use a caixa de comentários pra me esclarecer, por favor (em vez de usá-la pra concordar que eu sou chata). Confesso que ainda estou meio atordoada. Por agora, direi o que eu pensei na hora.

1. HEIN?
2. Fulano de tal WHO?
3. Não respeito gente que me chama de "gata".
4. Não respeito quem não usa vírgulas, a não ser que seja literatura expressa.
5. "Beijo" é o caralho, véi, que conversa é essa?

Então, movida por uma mórbida curiosidade e sendo muito mais legal do que deveria, respondi o cara:

Lívia
QUEM é você?

Simpaticíssima, por suposto. E pelo jeito o interlocutor também achou, porque recebi OUTRO email. Este, com o seguinte texto:

de "Fulano de Tal que nunca vi mais gordo" às 12:08 a.m.
Peguei seu blog de que lugar vc tc gata??

Ok, vamos lá (respira fundo e invoca todos os espíritos do mal pra transformarem essa forma decadente em Mumm-Ra - o de vida eterna).

E agora, o que eu digo? Responder o que prum cara desses? Só se encarnar uma daquelas telefonistas eletrônicas que não entendem nada do que a gente fala: Não entendi! Fale novamente! Ou então, posso gritar: AHÁ, EU TÔ NA PEGADINHA! \o/ Ou, como me sugeriu o Eric, "Cara, você saiu do chat UOL?". Se bem que fico tentada a perguntar: Ah, já sei, seu nome é Amaury, né?* Certeza que sim.

Ô, vida. Olha, uma dica, ta? Não me chame de gata. Nunca, ever. E não diga “tc”, cara, isso depõe contra qualquer ser humano, ainda mais um a quem eu não conheço e não tenho por que perdoar uma coisa dessas. Diz aí, por que você quis falar comigo? Pela foto? Não vá por aí, fotos são enganadoras, acredite em mim. E pelo que eu entendi, você é leitor do blog, ainda que esporádico, né? Ok. Se bem que não deve mais vir aqui depois disso, porque vai terminar de ler este post e ir direto costurar o meu nome e o do blog na boca do sapo cururu. Certo, eu posso entender isso. Mas isso é justo? Coitado do sapo, afinal, vai ficar escrito "bunda" na boca dele, você não tem coração?


*piada interna, para maiores informações, favor consultar o Júlio.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Sexo. Ou não.

Eu sempre fui da opinião de que Carnaval era uma coisa estranha. Via de regra ruim. E este não fugiu à regra. Aliás, carnaval-exceção foi o do ano passado, mas se tem uma coisa com a qual eu preciso me acostumar é que as coisas boas acabam com uma rapidez espantosa. Por mais que me doa, essa parece ser a regra.

Este carnaval eu passei sozinha, calada e na minha. Novidade, né? Mas até que foi sim. Choveu o tempo todo e quase não tirei o moleton. E enquanto eu me aninhava no sofá feito gato, o mundo lá fora sacudia, biritava, excretava e secretava. Sim, mesmo com o meu auto isolamento, não fiquei alheia do que tava rolando. Cheguei mesmo a declinar alguns convites, apesar do pensamento de que uma companhia sob o edredon seria mais que agradável.

Sim, este é o cerne deste post. Sexo. Ou motivos para não fazê-lo.

Há dois anos, eu escrevi um texto sobre sexo, movida pela declaração bombástica feita por uma mulher de que "sexo era sujo" e que por isso ela vivia muito bem sem isso. Hein? É, foi isso mesmo. Existe gente louca pra tudo nesse mundo, cada vez mais eu me convenço. O engraçado da coisa é que agora chegou a minha vez de resolver não fazer sexo, embora por motivos muito diversos.

Depois de declinar dos convites que me foram feitos nesse carnaval, parei pra pensar a respeito do porquê. Sabe, não sou romântica e ingênua a ponto de achar que sexo e amor devem andar juntos, longe disso. Bem sei que tesão tem vida própria e já tive boas experiências nesse sentido. Mas, mesmo desconsiderando o amor na equação, cheguei à conclusão de que sexo pra mim se tornou algo delicado de uns tempos pra cá. Ah, calma, eu explico. O que acontece é que simplesmente ficou complicado de me contentar com qualquer coisa. Como se eu tivesse estabelecido um recorde de salto em altura e não houvesse quem o quebrasse, o que infelizmente constatei. E o pior: atletas que porventura tentem o feito, sofrem e sofrerão o tenebroso crivo da comparação desleal. É triste, mas é assim.

Por isso, resolvi dar um tempo dessa coisa. To cansada de corroborarem sempre aquilo que eu já sei, obrigada. Hein? Doida, eu? É, pode até ser. Mas me conhecendo, acho melhor não envolver mais ninguém nisso. Porque eu vou sair insatisfeita e podem querer meter o tal do amor no meio. E, convenhamos: se zerar as sensações físicas já está difícil, o coração então, nem se fala.

Ah, um PS: amigos, ao que me consta, não dão em cima ao menor sinal de fragilidade, ok? Aliás, da onde eu venho, respeito é pressuposto de amizade. E se não tem isso, por favor, não venha de nhémnhémnhém pro meu lado não, que eu perco a paciência fácil.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Papo trash

A - vc ta bem, querida?

B - to de boa... e vc que manda nesse carnaval? em casa por que?

A - pq eu não gosto de carnaval. e porque o meu cotovelo anda doendo mais que nunca

B - literal?

A - antes fosse, pra dor literal eu tomava um analgésico. mas no figurado, só dá pra tomar cicuta

B - menina, que pasa?

A - nada de novo, só o de sempre.

B - ah entendo... é neguinha, o barato é louco... sabe o que descobri? no brasil eu escrevo! o que mais fiz desde que cheguei foi escrever!

A - opa... acho que to precisando ir pra europa também. travei legal ultimamente.

B - travou o que? na escrita?

A- sim

B - impossívellllllll

A - impossível nadaaaaaaa...travadaça.

B - ah, dearest!!! tem fases que so consigo pensar sobre amor acabado, aí paro de escrever mesmo, porque nunca curti sertaneja de corno...

A - ahahahaahah...exato! e nem sangrar eu to podendo, porque já enjoou, sabe? então eu to muda.

B - sim enjoa. até demais...

A - outro dia uma mulé escreveu assim no twitter: "preciso urgentemente parar de chorar antes que eu perca todos os meus amigos". e é exatamente o que eu sinto...rs... to preferindo ficar calada pra não aborrecer as pessoas...sem falar que não aguento mais nenhum sermão estilo "esquece isso, foque sua energia em você e blá blá blá".

B - kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... ah comigo vc pode chorar vice? o quanto quiser! também pode escrever textos melados, amargos. moda de viola e sertaneja braba...

A - ahahahahaahah...

B - mas por favor: pode escrever sertaneja, mas nao canta, ok?

A - kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... juro! (cruza dos dedos e beija)

B - então chora

A - nah, hoje não. na próxima crise eu te grito, prometo.

B - certo!!!