quarta-feira, junho 30, 2010

De volta. Agora de verdade

Puta que pariu. P u t a q u e p a r i u. Cara, casar enche o saco. Lidar com cotidiano enche a porra do saco. E faculdade de Gastronomia também ENCHE O SACO PRA CARALHO. Prontofalei. Ok, estou abusando um pouquinho do espaço, vai. Eu mereço. E não reclama, eu podia ter mandado tomar no cu também, né? Mas to quietinha, como devo estar.

Então, pessoas, HELLO. De volta do limbo e tanta coisa me ocorre entre novidades, maravilhas, reclamações, sacanagens, o filme do Esquadrão Classe A e um puta sono que me bateu agora. Mas sigamos em frente, pela honra e pela raça do brasileiro-em-época-de-copa-do-mundo e ....zzzzz. Mas então. Sim, como a Júlia Paccanaro me perguntou agora há pouco no twitter, eu casei. Casei no dia 19 de junho de 2010, foi legal pra caramba, chorei até virar uma zebra com listras de rímel preto na cara, a luz acabou durante uma hora (sorte que tinha tanta vela acesa que quase baixou o corpo de bombeiros lá), me deram um drinque vermelho saindo fumaça chamado "Praga de Sogra" que eu bebi corajosamente, paguei mico, ganhei presente, dancei música do Magal, comi um monte de docinho, abracei mais gente do que eu já tinha abraçado na minha vida, conheci a Jo (ela é liiiiinda!), e passei um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Não o casamento em si, mas o que veio com ele.

Sabe, a minha vida sempre foi cheia de altos e baixos. Se alguém teve (ou tiver) a curiosidade de olhar os arquivos mais antigos desde pobre blog indefeso, percebeu que as coisas nunca foram muito fáceis. Estabilidade sempre passou longe, os picos e os vales sempre se sucediam muito rapidamente. Mas, - e isso lhes digo eu, que sei da história inteira, inclusive dos segredos sórdidos - isso se deveu aos tropeços do caminho tortuoso e doloroso que me trouxe até aqui e me moldou do modo que sou hoje. E depois de sobreviver a ciumentos, egoístas, indiferentes, imaturos, tediosos e insuficientes, eu encontrei o cara.

O Fabrício é tão bom que eu sempre fiquei esperando a merda bater no ventilador, sabe? Esperando a hora de dar tudo errado, quando ele aparecesse com uma outra família, quando eu descobrisse que ele era travesti, quando ele fosse bruto, impaciente e mau de modo que eu tivesse que dizer pra mim mesma "oh, Deus, mais um?", que ele se cansasse de mim e fosse embora, que ele se revelasse um imbecil estéril que me entediasse até à morte, que um piano atingisse a cabeça dele quando ele estivesse passando pela calçada, que eu descobrisse que ele era traficante de crack...enfim, essas coisas muito plausíveis quando se trata da minha vida.

Mas a casa nunca caiu. Ele tem se mostrado consistente com a primeira impressão que eu tive dele em tudo até hoje. E se algo mudou, foi para melhor, porque minha admiração por ele só faz crescer. E naquele dia em que a gente se deu as mãos e caminhou no rumo do juiz de paz, e assinou lá o papel e botou um anel no dedo, a realidade me atingiu que nem uma bolada: ele não ia embora mais. Eu não estava mais uma vez amando sozinha e fazendo planos sem eco, era pra valer, sabe? Era de verdade! Era pra estar sempre junto, pra construir coisas, pra conhecer de tudo, pra se entregar por inteiro. E cara, aquilo foi tão enorme, tão dolorido e tão bom, um alívio, um cansaço depois de ter subido a montanha, uma felicidade de estar olhando o mundo de lá de cima com o vento batendo nos cabelos, que não deu pra segurar. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida: o momento em que eu percebi que eu tinha mesmo achado o meu lugar.

Ele está aqui ao lado agora, deitado esperando eu terminar de atualizar o blog. Está resmungando que eu devo estar sacaneando ele no post e que eu sou uma mulher desalmada. Até parece...rs...Essa vai ser a hora que eu mostrar fotos da lua de mel. Me aguardem.