quinta-feira, março 31, 2011

Abrindo uma exceção

Nunca publiquei neste blog um texto que não fosse meu. Mas esse eu recebi por email agora da Mell e vale a pena ser lido e guardado.

Vocabulário feminino

Leila Ferreira

Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: DESCOMPLICAR. Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho. Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. AMIZADE, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos eixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: PAUSA e SILÊNCIO. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo RIR. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: GENTILEZA. Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: SONHAR e RECOMEÇAR. Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.

Leila Ferreira

domingo, março 20, 2011

A segunda sessão

Como o fim de semana foi chuvoso aqui em Brasília, a segunda sessão do F.F.F.F. acabou rolando hoje mesmo. Como estávamos na maior preguiça do mundo inteiro (inclusive de pensar), escolhemos COMO TREINAR O SEU DRAGÃO da Dreamworks, até porque nós dois somos fãs da série de livros da Cressida Cowell, como eu já bem disse neste post aqui. Aliás, acho que cabe transcrever o que eu disse lá sobre a história:

Desde o lançamento de Shrek (o primeiro), que eu não vejo um texto dirigido ao público infanto-juvenil tão irônico, inteligente, debochado e excelente assim. Soluço Spantosicus Estrondus III é um anti-herói da tribo vicking dos Hooligans Cabeludos. O dragão dele é um safado preguiçoso, egoísta, autoindulgente, subornável, nada assustador e simplesmente hilariante. Dois livros maravilhosos, baratos (R$ 15,92 na Livraria Cultura - cada um) e eu to ansiosa para ler os próximos livros da série!

Parecia promissor, não? Pois é. Ainda mais que depois dos dois primeiros já saíram (e já lemos) Como Falar Dragonês e Como Quebrar a Maldição do Dragão, com a autora, Cressida Cowell, se superando a cada livro e matando a gente de rir. Aí nós pegamos o filme e...


Imagine um lixo. Imagine uma sala cheia de executivos decidindo que vão fazer um filme de animação baseado num livro de grande sucesso e um dos espertos decide fazer um monte de "sugestões": E que tal se em vez de terem dragões-mascotes, eles lutassem com os dragões? E se tivesse meninas e romance na história? E se o dragão não fosse minúsculo e sim grande, preto e com cara de Pokémon? E se o dragão não falasse e ficasse só fazendo caretas? E se o Soluço pilotasse o dragão? E se em vez de ser um dragão de verdade ele fosse uma mistura de gato e cachorro - leal, amoroso e bonitinho? E se o vilão da história não fosse malvado, fosse idiota? E SE TODO O HUMOR, TODA A ORIGINALIDADE E TODO O VALOR DA HISTÓRIA FOSSE JOGADO FORA, QUE TAL????

Pois foi exatamente isso que aconteceu. Eu, que sempre achei os Harry Potters super mal adaptados, que quase vomitei com a atuação da Nicole Kidman na Bússola de Ouro, que quase me levantei no cinema pra vaiar o Percy Jackson e o Ladrão de Raios, achei um vencedor. Os caras não apenas MUDARAM A HISTÓRIA INTEIRA na adaptação do livro pro roteiro, mas criaram uma MERDA de história cheia de clichês e paspalhices pra colocar no lugar. O filme não tem graça, é mega-batido, o que era pra ser engraçado não é, o que era pra ser emocionante não é, o que era pra ser fofo NÃO É.

Ou seja: LIXO. O Fabrício, que costuma assistir aos filmes caladinho, resmungou o filme inteirinho. E olha que nem de Matadores de Vampiras Lésbicas ele reclamou antes de acabar, hein. Gravíssimo. Um apelo: AUTORES, não deixem Hollywood espancar as histórias, os personagens e os fãs desse jeito! CUIDEM do que vocês criam, cáspita! Senão vamos continuar vendo merdas que nem essas:

sábado, março 19, 2011

A Estréia do F.F.F.F.

- Fabrício, vamos fazer um trato?
- Qual?
- Vamos montar uma sessão de cinema aqui em casa? Duas vezes por semana, cada dia um escolhe o filme!
- Ok, gostei. Vai se chamar Morena Ferreira Film Festival!
- ahahaha... o MFFF!
- MFFF? ...Morena, vamos mudar o nome do Festival!
- Mas já?
- Já! Será FABRÍCIO Ferreira Film Festival! FF-FF!
- (revirar de olhos) ai ai ai...

E essa foi a conversa. Por definição, o FFFF tem um único objetivo: a exibição de filmes visando apenas e tão somente o prazer dos convidados. No caso, eu e o Fabrício. Originalmente era pra eu escolher um filme e ele escolher o seguinte, mas acabamos jogando vários nomes no ar e chegamos em consenso sobre o que assistir (pra nós isso sempre funciona melhor).

Bem, iniciamos o festival hoje, com Hancock, filme de Will Smith, o homem capaz de encenar um filme inteiro sozinho com um pastor alemão e cujo único fracasso de bilheteria até hoje foi As Aventuras de James West, a lindíssima Charlize Theron e Jason Bateman, que fez o bom moço como ninguém.



Hancock tem superpoderes, mas há oitenta anos ele sofreu uma lesão na cabeça e teve amnésia. Logo, ele é sozinho no mundo e não sabe da onde saiu. Por isso ele é deprimido, agressivinho e se comporta como um imbecil, de modo que toda Los Angeles o detesta e ninguém nunca agradece a ajuda dele. Aí um relações públicas bem intencionadinho resolve mudar o modo como as pessoas vêem o Hancock, depois que este salva a vida dele. A esposa loura e linda do relações públicas é super implicada com o herói do filme e só descobrimos por que, quando se revela que ela sabe direitinho qual é o passado de Hancock, do qual ele não consegue se lembrar.

Filme legal. Mas o interessante é que NÃO é melhor que Esquadrão Classe A e, enquanto o Esquadrão arrecadou apenas 170 milhões de dólares na bilheteria (o que inviabilizou a continuidade do filme por causa dos custos), o Hancock, simplesmente por causa do Will Smith, rendeu módicos 620 milhões. Mas isso é só uma observação minha e uma curiosidade sobre o filme, que tem seus momentos engraçados e que até vai bastante bem até o fim. Um filme LEGAL. E eu amo o Will Smith. (Fabrício, você ama o Will Smith??? - Não. Eu amo você.) Bem...o Fabrício gosta dele.

E a gente criou uma classificação pros filmes do Fabrício Ferreira Film Festival (ah, ele tá gritando aqui que encontrou mais dois Fs pra sigla: FOR FRIENDS, mas isso só em ocasiões especiais, assevero eu): os Rabbids. Rabbid feliz, Rabbid gritando, Rabbid correndo, Rabbid morrendo, Rabbid pulando, etc. Pra este, vai um....legal.

quarta-feira, março 09, 2011

Na saúde e na doença

O casal está ali no sofá, num momento romântico, abraçado e assistindo House. De repente ele se desenlaça e sai andando rumo ao banheiro.

Ela: Ei, você vai me abandonar?
Ele: Vou.
Ela: Mas você prometeu que ficaria comigo na saúde e na doença!
Ele se volta na porta do banheiro e diz: Se quiser, você pode vir comigo. Eu juro que seguro a sua mão!

Argh. Intimidade é uma merda.