domingo, março 30, 2008

Tormenta

Aquele foi um final de semana de lascar, ainda não se acredita na enormidade da tempestade que caiu. A velocidade atingida pelos ventos deixou a todos assombrados e o que se conta é que não sobrou um varal de roupas intacto pra contar história e que algumas casas viram suas telhas irem pelos ares, rodopiando entre lençóis coarados e panos de prato com estampa de frutas. As galinhas foram recolhidas às pressas e se salvaram, a maioria passa bem. Algumas crianças, no entanto, com a temeridade que lhes é peculiar, ainda quiseram aproveitar a ventania pra colocar pipas coloridas no ar e soube-se que estão de castigo ajoelhadas no milho até agora, que é pra "aprender a não matar a mãe de susto".

A tempestade começou na sexta feira à tardinha, antes mesmo do comércio baixar as portas. No início era apenas garoa mansa que foi cobrindo cada superfície exposta com gotículas de água gelada. No céu, viam-se nuvens cinzentas e opressivas, como se fossem uma preocupação instalada. Daquelas que latejam o dia inteiro no sombrolho franzido, que não são urgentes, mas que não desaparecem enquanto o problema não é solucionado. No máximo dão uma ou outra trégua.

Quando as piores tomentas se aproximam, pensa-se que o tempo não pode ficar pior do que aquele ar abafado comprimido sob o céu cinza-preocupação-instalada e aguçado pela brisa enregelante-de-arrepiar-a-espinha. Mas fica. A mudança acontece de um jeito lento, como caminhar dentro d'água, como a solução pra preocupação-instalada-opressiva apontando no horizonte, feito nuvem de poeira que os olhos céticos bombardeiam racional e metodicamente pra garantir que não se trata de miragem. E quando concluem que é real, a tormenta é iminente, e mal há tempo pra correr. Foi o que aconteceu daquela vez.

A água, precedida pelo vento, veio qual se fosse despejada sobre o solo para lavar alguma sujeira pegajosa ou matar afogado quem ou o que se encontrasse no caminho e não fosse rápido o suficiente na fuga. Certamente carregou com ela alguns pobres seres incautos, faça-se por eles um minuto de silêncio respeitoso-que-deus-os-tenha. Mas celebre-se, com igual deferência e ainda maior comoção, a notável força renovadora contida na enchente e na tempestade, que passam arrastando os cacos inúteis do passado e instilando vida às terras áridas como se jorrassem com poder curativo sobre feridas purulentas e mal cicatrizadas incrustadas no solo.

Açoitadas pela chuva e pelo vento, as noites foram árduas. Luzes cortavam o céu e estrondos reboavam incessantes, assustando até os mais destemidos e interrompendo o sono dos inocentes, que acordaram sobressaltados e fitaram o teto vazio por muito tempo, incapazes de conciliar novamente o sono, aterrados com os raios e com o furor da chuva.

Os dias, por sua vez, foram os mais longos possíveis. As crianças presas em casa, os cachorros amuados sob as camas, a antena da televisão produzindo apenas estática, os telefones mudos. Os pensamentos perderam-se entre rezas pra que o telhado aguentasse e a água não invadisse a sala, e a inquietação sobre a sorte daquele ente querido que a chuva surpreendera lá fora e ainda não tinha dado notícias.

Pensou-se que a chuva não pararia mais e que estava tudo perdido.

"Oh, senhor, não nos abandoneis neste momento!" - foi a litania repetida, incansavelmente.

E então, no terceiro dia, a chuva finalmente cessou. A ausência do ressoar dos pingos no telhado e a visão dos tímidos raios de sol que surgiam aquecendo e carregando consigo um facho de esperança causou emoção incontida. A casa tinha resistido, o filho estava a salvo, o sofá permanecia intocado pela água e até o lençol branco jazia no quintal, enxovalhado, mas nada que sabão e sol na dose certa não resolvessem. Até mesmo aquele exilado do outro lado da poça tinha dado notícias. Tinha passado as noites em claro, estava abatido e faminto, mas vivo e são.

E o sol, depois de se insinuar delicado por algumas horas, criou coragem e tomou tudo, se espalhando radiante sobre todas as coisas e em todas as frestas, como se comemorasse a chance de fazer o novo viscejar no lugar dos escombros que haviam sido arrastados pra longe. O calor reluzente em contato com a água empoçada, tornou o ar úmido e quente, daqueles que envolvem, fazem suar o couro cabeludo e os olhos embaçarem.

Neste momento, uma menina de tranças escuras está sentada ali adiante sob o sol, sorrindo enquanto contempla as nuvens que dançam balé, ora em forma de tigre, ora de dragão. E, embora ela saiba que a garoa deve voltar nos próximos dias, ouviu a previsão do tempo dizer: o próximo final de semana será quente e ensolarado. E essa certeza é suficiente pra deixá-la feliz.

sexta-feira, março 28, 2008

Lívia's Anatomy

Amanhã faz dois meses que eu só trabalho, ininterruptamente. Bah, grande coisa, dois meses! - alguém dirá. - E eu que trabalho a vida inteira? Eu direi: por que você não morre e vai atormentar outra pessoa bem longe daqui, hein?

Meu, eu trabalho desde os dezessete anos. Já fui vendedora de cosméticos, de roupas, de lingerie, já fui Oficial de Justiça, já fui estagiária, agora sou advogada. E quem me conhece e me lê há mais tempo, sabe que a minha peleja com o Direito é longa e que nunca achei que iria abraçar a coisa como de fato fiz.

Na verdade, eu já tinha desistido dessa coisa, quando me chamaram pra fazer entrevista nesse escritório. Fui aprovada, meti a cara e acabei descobrindo que eu sou boa nisso. Muito boa, aliás. Então as coisas têm caminhado muito bem, eu realmente gosto do trabalho e do pessoal daqui.

O complicado é que este não é um trabalho regular. Tem hora pra entrar, mas nunca pra sair. Não tem fim de semana - se o prazo vence na segunda, nega, o jeito é sair na sexta feira carregando trabalho pra fazer em casa sábado e domingo. Não tem sequer noite de sono tranquila. Cara, é sério. Quando eu era vendedora na Levi's, eu podia sair do Shopping pregada à noite de tanto ficar em pé, sorrir falso pra cliente e gastar meu latim à toa, mas pelo menos, não era um trabalho que absorvia o resto das minhas horas. Eu só lembrava dele durante as horas que eu ficava na loja. Aqui é oooutra história.

Dia desses eu sonhei que uma cliente daqui do escritório me ligava no meio da noite pra me perguntar quando é que a ação dela ia ser ajuizada. Outra vez acordei de madrugada dando um pulo na cama, tinha achado um argumento genial pra usar num processo. Depois, me peguei ligando pra estagiária tarde da noite pra lembrar uma coisa importante. Ou seja: não dá pra desligar, o cérebro roda nesse canal aqui o dia inteiro e às vezes até a noite inteira.

Claro, ainda não cheguei no ponto de ficar chata, mal humorada e imprestável assim que saio do trabalho. Afinal, isso equivale a morrer, porque significa abrir mão do resto da vida e se definir apenas pelo trabalho. Não, nem morta, santa. O dia todo eu dou um jeito de fazer o povo aqui rir (tanto que às vezes acho que eles desconfiam da minha sanidade. Ou acham que eu sou besta mesmo), tenho saído com os meus amigos, minha vida amorosa vai muito bem "e tals" (e dá-lhe piada interna!).

Enfim, eu to cansada. Hoje, só hoje, em particular hoje, eu to muito, muito cansada. Muita correria, muita pressão, muito raciocínio. E uma saudade que dói o dia inteiro sem parar, por mais que eu a ignore, ou a console dizendo que já vai passar. Tô no limite. Hoje. Amanhã eu tenho certeza que melhora. Aliás, eu tenho certeza que depois das 18:00 horas de hoje vai melhorar. Ainda mais que acabaram de me chamar pra tomar tequila hoje à noite.

Será que Meredith Grey ensinou, em algum momento, como curar esse tipo de ressaca?

*interfona e pergunta pra estagiária*

quinta-feira, março 27, 2008

Presença

A sua presença entra pelos sete buracos da minha cabeça.

Ela abriu os olhos naquela manhã e deixou escapar um suspiro. Talvez porque o ruído da chuva somado à parca claridade convidasse mais a procurar uma nova posição sob o edredon verde oliva, do que a enfrentar o chuveiro quente e o salto alto. Talvez a noite tivesse sido curta pro cansaço acumulado ao longo da semana. Ou talvez o suspiro fosse resquício dos sonhos nebulosos e turbulentos que tinham embalado seu sono durante a noite. O suspiro tornou-se um grunhido quando, procurando coragem pra se levantar, puxou de lado a coberta e sentiu o choque da brisa fria matutina contra a pele morna e nua. Espreguiçou-se, lânguida, e pousou as mãos sobre os seios macios, num gesto pouco usual, mas que lhe pareceu natural e irrefreável. Era como se estivesse faltando algo ali. Como se até então houvessem dedos pousados sobre os mamilos escuros e sensíveis, pressionando, tateando, envolvendo. Admirada com a constatação, virou-se de lado, encolheu as pernas e abraçou a si mesma, ressentindo-se menos do frio, que da sensação de lacuna que a invadiu. De repente, teve a certeza de que a cama tinha estado ocupada por mais alguém até então, alguém que tinha acabado de se levantar, deixando nos lençóis o calor e o rastro da sua presença. Deslizou a mão direita pelos quadris percorrendo a pele morena vagarosamente enquanto tomava consciência do corpo inteiro. Toda a sua pele vibrava como se exalasse a impressão deixada por um longo abraço. Ainda podia sentir o peito largo comprimindo-se contra as costas, o braço forte ainda pesava na cintura e chegou mesmo a sentir a respiração quente junto ao pescoço. Inquieta, olhou em volta procurando a confirmação de que realmente estava sozinha, quando o sonho, até então indistinto, emergiu trazendo consigo imagens e sensações pungentes, que a fizeram retesar os músculos da pélvis e cerrar os olhos, gemendo fracamente. Rememorou os arquejos, a cadência, o desejo. A mordida na nuca, os dedos crispados sobre os quadris, os murmúrios roucos no ouvido. A respiração pesada, os rugidos que eram quase ganidos. A pressão, a urgência, a força a cada estocada, o prazer insuportável, um grito, o gozo. Com os olhos apertados, deixou-se arrebatar e deslizou a mão por entre as pernas, de onde escorria fogo líquido. Com movimentos frenéticos dos dedos tensos, dissolveu-se novamente, sacudindo os quadris em espasmos e miando baixinho. Abraçou o travesseiro enquanto o corpo serenava e ficou quieta, observando as sombras nas cortinas, dizendo a si mesma que era hora de se levantar. Pisou o chão frio e olhou-se no espelho, contemplando os cabelos escuros revoltos, os olhos intensos, os lábios avermelhados. E a sensação de dedos entrelaçados nos cabelos da nuca voltou, fazendo-a correr pro chuveiro incontinenti. Aquele quarto não era mais um lugar tranqüilo, a presença dele tinha tomado tudo. Maldito.



Lívia Santana.
06/03/2008

domingo, março 23, 2008

O cara

Outro dia conheci um homem que tem olhos que riem. Que tem resposta pra tudo e que diz as coisas mais absurdas com mais lógica e veemência do que qualquer um no mundo inteiro. Que é capaz de fazer elocubrações sobre o nada de fazer inveja ao próprio Jerry Seinfeld e de ligar assuntos desconexos uns aos outros sem fazer força. Que é dono da cara mais séria e compenetrada que existe, mesmo quando a nota de riso na voz é inequívoca. Que me surpreende o tempo todo e se deixa prever do jeito mais adorável possível.

Um sujeito que combina canalhice e sensibilidade em altas doses e consegue ser absurdamente transparente mesmo quando ostenta um sorriso cínico. Que não resiste a um desafio e se rasga de curiosidade com pequenas provocações. Que tem um bom humor fantástico e é mestre em rir de si mesmo. Que é racional, deliberado e metódico, o que não impede que seja impulsivo, passional e autêntico. Que liga no meio da tarde pra gritar comigo, docemente furioso.



Um homem que seduz e se deixa ser seduzido. Que é franco, divertido, companheiro. Que não é taxativo ou prepotente. Que só demonstra empáfia pra ser derrubada sob uma chuva de boas réplicas. Que sabe ser bobo como ninguém. Que tem a inteligência mais aguda que eu já conheci. Que é determinado e paciente. Que desperta orgulho e admiração. Que me faz querer ser melhor e realizar um monte de coisas.

Conheci um homem que se dedica, que não tem meios termos, que se entrega e se abre pra eu entrar. Um homem que baniu uma sombra e me mostrou que pouco não é pra mim. Que me fez rir de novo.

Um cara que foge à regra, que não gosta do comum. Que estimula, enriquece, emociona. Que inspira e fez com que eu conseguisse criar personagens de novo. Que aconchega e tem o melhor colo do mundo. Que é capaz de fazer rir enquanto as lágrimas correm. Que disse agora há pouco que vai me denunciar na delegacia de mulheres por maus tratos, porque não tenho deixado ele dormir.

Um homem que eu amo. E que, mesmo que não dê nada certo entre nós, já fez por mim a coisa mais importante que ele poderia ter feito: me devolveu a esperança e me mostrou que existe muito ainda pra eu viver, mesmo que o meu coração tenha se estilhaçado no passado.

Conheci um homem. A quem só tenho a agradecer.

quinta-feira, março 20, 2008

Câmbio e desligo

Adeus civilização e pessoas que nela se encontram. Queria eu poder dizer adeus a tudo o que está me entristecendo também. Largar as dúvidas e preocupações aqui e simplesmente fugir. Sair cedinho antes que elas acordem, jogar uma mochila nas costas e deixá-las pra trás.

To indo amanhã cedinho pro meio do mato. Incomunicável.
Sem telefone.
Sem televisão.
Sem internet.

E sem certeza nenhuma.

Em tempo: tenho certeza sim.
E eu também vou sentir saudades.

quarta-feira, março 19, 2008

Alguém joga uma corda??

Eu queria TANTO descobrir como fazer isso dar certo!!!! Estou tão cansada de ver meus sonhos e meus sentimentos irem por água abaixo por falta de jeito pra lidar com as coisas! Eu quero que dure! Preciso encontrar um jeito... não posso, não vou abrir mão de nada, que o mundo inteiro se dane!

Numa tabela de prioridades eu preciso considerar o que é mais ímpar, mais precioso, mais importante. E, segundo a minha estagiária, parar de me desesperar com a segunda feira, se o fim de semana (prolongado) nem chegou ainda.

Conseqüências. Decisões. Medos.
Sofreguidão. Ânsia. Agonia.

Porcaria. De santa essa porra dessa semana não tem NADA!!!!!

!@#$%¨&*()@!#$%¨&*

Ai, que raiva.

terça-feira, março 18, 2008

More Than a Feeling

Acabei de assistir a uma comédia romântica com a anãzinha loira da Reese Whiterspoon e o fofo do Mark Ruffalo, no original, Just Like Heaven (The Cure, amo essa música!), mal e porcamente traduzido para "E se Fosse Verdade?". Ok, novidades? Já consigo assistir a comédias românticas de novo, sem cortar os pulsos e sem quebrar a televisão de ódio. Uma grande melhora, né não? Por outro lado, me peguei pensando: você já teve a sensação de que estava sob um refletor, cercado de um monte de coisas irreais?

Quando alguém escreve um roteiro - ao menos todos os cinco que eu já comecei são assim - pensa cuidadosamente na apresentação dos personagens e no que eles vão dizer. Cada fala é pensada muitas vezes, de um jeito que, ao final, a história está cheia de gente brilhante, espirituosa, cativante, trágica, densa, marcante. Até parece que as pessoas são mesmo assim.

Ali, na atmosfera da história, é perfeito. Mesmo nos momentos mais dramáticos, em que tudo caminha pra dar errado, o mocinho sempre cai em si e volta atrás a tempo. Richard Gere encostando a limusine e subindo pela escada de incêndio da Julia Roberts com ramalhete de flores. Meg Ryan e Tom Hanks se encontrando no alto do Empire States. Adam Sandler tendo a paciência de conquistar a Drew Barrymore desmemoriada todo santo dia.

Tanta coisa bonitinha, bem arrumadinha, que faz a gente dizer "óun..." quando assiste. Mas basta subirem os créditos, tocar a música final e pronto, acabou a viagem. O papel das duas horas de filme foi cumprido: entretenimento. E a gente perdoa as pieguices, a forçada de barra neste e naquele ponto, o diálogo inverossímil nalgum ponto, o final malfeito. Não, retiro o que eu disse. Final malfeito a gente não perdoa não, que o digam Cameron Diaz, Jude Law, Kate Winslet e Jack Black, porque eu joguei tanta praga neles depois daquela porra de "O Amor não Tira Férias", que pelo menos um tratamentozinho de canal ou uma queda acentuada de cabelo aquela turma deve ter sofrido.

Mas voltando. A gente perdoa o que rolou no filme que não foi muito legal, se o conjunto convence. Eu só fico pensando é: e quando isso acontece fora da tela?

Você conhece alguém que tem as falas certas na hora certa? Do tipo que você jura que vai começar a tocar trilha sonora enquanto vocês andam pela rua conversando de alguma coisa adoravelmente prosaica? Que faz você olhar em volta de vez em quando pra conferir se o Sérgio Malandro ou a Sabrina Sato não estão te seguindo, prontos pra anunciar a pegadinha?

É, isso existe. E acredite, é muito legal. Só que me surpreendi pensando: em que ponto do filme estamos agora? Será que eu aperto o pause agora pra não correr o risco de acabar enquanto eu vou ali estourar a pipoca? Será que tem continuação ad eternum que nem o Jaws do Spielberg ou pelo menos é uma trilogiazinha a la Lord of The Rings? Será que eu acho o DVD pra comprar?

E, o mais importante: será que o enredo convence no final, mesmo com as bolas-fora?

Ok, ok, eu mesma fiz um post ali embaixo sobre querer coisas possíveis. Mas o que tem de absurdo em preferir Maggie Gyllenhaal e James Spader em vez de Brittany Murphy e Ashton Kutcher?

Ah, me dá uma folga. E deixa o meu tema ser "More Than a Feeling", vai. Eu mereço.

segunda-feira, março 17, 2008

Pagando dívidas

Carol, aqui vai:

Abrir na página 161 do livro mais próximo de você, e copiar a quinta frase.

"Foi o que Shadow fez" (livro "Deuses Americanos" do Neil Gaiman - que, a propósito, está esgotado pra todo lado que eu tento comprar. MERDA!)

Repasso para: nobody, people. Sou definitivamente uma pessoa magnânima. (isso sem falar que eu era a única loser que ninguém tinha indicado pra essa corrente ainda!...rs)

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Eric, agora nóis. Depois que você fez um post sobre um dinossauro de salgadinhos com cheiro de chulé, eu confesso que fiquei meio encabulada. Tipo, e se o meu dinossauro não feder? Serve? E se em vez de chulé ele feder formol que nem uns dinossauros do estilo da Dercy Gonçalves e do Sílvio Santos? Será que vale? Puxa vida, esse povo só me mete em encrenca.

Confesso que, a princípio, pensei em dizer que o meu dinossauro preferido era o Roy Hess, o melhor amigo do Dino (da Silva Sauro, capici?).

Roy Hess

Saca só. O cara era pobre, morava sozinho, namorava uma mulher pescoçuda (lembra da Mônica, a "separada" vizinha da Fran?) que era muita areia pro caminhãozinho dele, era derrubador de árvores, não tinha vida própria e ficava parasitando justo a do Dino que era um merda de camisa xadrez, tinha os bracinhos mais curtos que já se viu e nem punheta podia bater...E AINDA ASSIM ERA O CARA MAIS FELIZ DE TODOS OS TEMPOS! Um fulano que dizia bom dia efusivamente, mimava os filhos do amigo, babava pela namorada, era gentil e delicado com todo mundo e nem do Hitchfield, o chefe homicida, ele falava mal! Não é um fenômeno???

Mas aí eu resolvi que seria uma resposta muito poliana pro meu gosto. E me ocorreu a verdadeira eleita dessa corrente seríssima.

Uma mulher que dá duro, pega no pesado, faz parte da cultura pop brasileira, é um ícone da indústria fonográfica e do cinema nacional, é uma coroa (gasp) enxuta, que faz de tudo pra se manter na mídia, até protagonizar uma cena batizada pela Gabi de "penheta". Senhoras e senhores, meu dinossauro preferido é A GRETCHEN!

Trailler de "La Conga Sex"


Se você ainda não viu o filme pornô-romântico-erótico-educativo que ela lançou no final de 2006...não veja. Se já ficou ileso até agora, umas risadas NÃO VALEM o trauma, vai por mim. É o tipo do filme que só dá pra assistir numa sala cheia de membros da Blogagi, porque as piadas neutralizam um pouco o sofrimento.

Ficadica.

sábado, março 15, 2008

Reconsideração

É, eu sei, tenho umas correntes pra responder e eu prometo que faço isso já. Mas antes eu preciso dizer umas coisas que estão supitando pelos meus ouvidos.

Depois do meu último post, recebi um torpedo discordando da minha constatação e dizendo que as razões de inconformidade seriam protocoladas no prazo legal. Ok, você não entendeu nada? Normal. Ultimamente o que me faz rir se divide em duas coisas: piadas internas interníssimas e humor de advogado.

Certo, eu devo ter batido a cabeça.

Ainda assim, reformularei a minha última declaração, dando provimento parcial ao recurso de apelação. Eu não sou idiota. EU ESTOU. Idiota, encantada, deliciada.

Engraçado. Num momento assim me ocorrem tantas considerações. Sobre como eu odeio ser relegada a segundo plano. Sobre como as pessoas dão quase nada de si e esperam satisfazer assim mesmo. Sobre como abrir a porta quando batem nela pode fazer a diferença. Sobre como o conceito de certo e errado parece mutável e secundário em alguns momentos. Sobre como o que mais queremos surge dos lugares mais improváveis.

Ah, caramba. Que sopre a tempestade.

quarta-feira, março 12, 2008

Constatação

Eu sou uma idiota.

Memes

Seguinte, me indicaram pra duas correntes ao mesmo tempo. De um lado o Eric quer que eu fale de dinossauros. Do outro, a Carol quer que eu faça o lance da página tal do primeiro livro que estiver perto de mim.

O motivo deste post é dizer: senhores, devo, não nego, pago quando puder!!!

Não, mentira, pago hoje ainda, mais tarde, quando voltar pra casa, ok? O dia tá punk aqui no escritório, não dá tempo de nada.

Ah, e por falar em dívidas: Lilhoca, sua camiseta está saindo da prensa, ok? Não me execute!!!

Beijo na bunda, pessoas!!

sexta-feira, março 07, 2008

Análise de Curriculo

Eu não sabia por onde passava o Meat Loaf até outro dia, quando a Déia me pediu pra procurar essa música (I would do anything for love) pra ela no Soulseek. Achei e fui ver qual era. ADOREI o vocal. Ok, a letra é melodramática (oi? chamou?) e o clipe é o mais brega de todos os tempos (fala sério, né, cara, A Bela e a Fera é muito pra minha cabeça). Mas ainda assim, vale a pena.

Ouvindo o dueto final, eu fico pensando... a coisa não é fácil mesmo, né? A gente quer muita coisa mesmo. As exigências da garota na análise de currículo do feioso são interessantes, pra dizer o mínimo. Ok, ok, o cara é a fera. Se é feio que nem o cão (nem é, já vi piores) precisa compensar de alguma forma. Eu até entendo esse raciocínio, mas as coisas que ela diz estão meio fora da realidade:

Você vai me elevar (ou animar)? Me ajudar a descer (ou me animar quando eu estiver pra baixo)? Me tirar dessa cidade esquecida de Deus? (opa, isso é perseguição, né?) Vai me aquecer (ou fazer as coisas um pouco menos frias)? Vai suprir cada fantasia que eu tiver? (HEIN?? Isso é coisa que se peça?) Apagaria meu fogo com água benta (tá bom, vampira) se eu ficasse quente demais? Me levaria a lugares que eu não conheço? Me tornaria sagrada? Me abraçaria apertado? Coloriria minha vida? Faria as coisas parecerem menos envelhecidas? Faria mágica com as próprias mãos? Construiria uma cidade de esmeralda com grãos de areia? Me daria algo que eu pudesse tomar como lar? E, por fim, você não estragaria tudo?

Percebe o que eu quero dizer? Todos temos necessidades, é claro. Eu preciso de carinho, você precisa de espaço, ambos precisamos de respeito. Mas daí a pretender preencher a vaga com requisitos absurdos? Amiga, peralá, é a FERA e não o SUPER-HOMEM. Ligou o nome à pessoa? É conto de fadas, benhê, não é história em quadrinhos, não!

Ok, ser exigente é uma coisa. Ser maluca é outra. Que tal desejar umas coisas mais possíveis? De preferência coisas que você esteja disposta a oferecer em troca também? Sabe, coisas como carinho, companheirismo, estímulo mental e quem sabe, um pouco de paixão? Algum tesão, também, cairia bem, eu acho. E que tal senso de humor? Ou confiança e consistência? Não parece uma boa?

Eu só preciso disso. Ah, e de umas coisinhas mais...onde eu coloquei aqueles classificados, hein?


Homenagem pra Batatinha, que ontem tava sendo vítima do Randon...ahahahah...Confira abaixo o clipe, e veja a letra AQUI.

quarta-feira, março 05, 2008

Vontade de mostrar a bunda

Recebi o seguinte e-mail ontem:

De "Oi Gato": SEXO
Ola eu gostaria de reseber algumas fotos suas sem ropa sera que e possivel??
Alguém me seguuuuuuuura!!!!

Sabe do que mais? To pensando em abolir a discrição e publicar aqui os emails desses mentecaptos que me escrevem, pra ver se alguma alma caridosa enche a caixa deles de lixo. Alguém aventou a hipótese de que esses emails sejam gozação com a minha cara pra suscitar posts furiosos. Pode até ser, porque não dá pra acreditar que tenha tanta gente assim no mundo que não saiba escrever e que olhe pra minha cara e tenha a certeza de que eu estou louca pra mandar fotos da minha bunda pro primeiro otário que me escreva. É, tem razão, só pode ser piada mesmo.


Nossa, o que esse povo não sabe é que eles estão quase conseguindo me convencer!!! Mais um pouquinho eu saio mesmo, pelada na rua gritando e mandando foto sem "ropa" pra quem quiser ver. Não é a minha cara???

*sobe na mesa e dança cara-caramba-cara-caraô de tanga*

terça-feira, março 04, 2008

Tsc.

Do fundo do coração, eu só queria conhecer alguém que não me matasse de tédio, não se cansasse de mim depois de alguns meses e que tivesse disponibilidade pra me amar. Isso é pedir muito?

domingo, março 02, 2008

Abandono não tem desculpa

Meu irmão é um filho da puta. UM FILHO DA PUTA!

Um cara que larga a namorada plantada em casa pra fazer QUALQUER OUTRA COISA NO MUNDO, é um cretino filho da puta. E não se trata de enganar a garota pra cair na esbórnia, se fosse isso ainda era menos pior, porque aí ele simplesmente seria um galinha idiota sem caráter que chifra a namorada. Mas não, não é isso que ele faz. Ele simplesmente prefere fazer qualquer coisa a ficar com ela. Um cara que se transfigura quando toca o telefone. Num minuto está rindo e no seguinte, basta ouvir a campainha do aparelho, está cansado, com preguiça, mau humorado, sem dinheiro. E está ocupado. Vendo o jogo do Palmeiras, um filme, jogando no computador, qualquer coisa. Só não está disponível pra ela.

Quando eu pergunto, ele diz que ainda gosta dela. Mas só sabe maltratar e abandonar a garota. Gosta uma porra, eu já vi esse filme antes.

Ela sabe que esse namoro é um atraso de vida. E sabe que deveria terminar com ele. Mas não é capaz de fazer isso, gosta demais dele pra desistir. E continua insistindo, que nem uma louca que bate a cabeça na parede.

Por que fazemos isso?????

Por que insistimos em ficar com quem não nos quer e nos faz sentir pequenos e cansativos? Por que continuamos tentando dar amor a quem não faz a menor questão de nada que venha de nós?

Por que aqueles que amamos se tornam enfadonhos de uma hora pra outra? Pior, por que abandonamos aqueles que dizemos que amamamos de uma hora pra outra?

E por que demora tanto pra terminar se simplesmente enjoou da cara da garota, cacete??

Merda de vida. Eu tento ficar neutra, mas às vezes não dá, fico puta demais. E despejo tudo, mesmo que isso só aumente o choro dela. Ela precisa ouvir, ela precisa ver! A auto estima dela ta indo pro buraco e ela não reage!! Se tem alguém que sabe disso sou eu, porra!

Mas ela não ouve. E me rasga atender o telefone e dizer pra ela que ele saiu. Só isso, não levou celular, não avisou, não nada. E foda-se ela e o mundo inteiro, ele não está ligando. Lá no sistema solar que roda em volta do umbigo dele não existe espaço pra mais ninguém a não ser ele mesmo.

Abandono é crueldade. Se o bicho é seu, você não larga sem água e comida, pouco se fodendo pro que vai acontecer com ele vagando pela rua. Ou você cuida ou dá pra alguém que vá cuidar. A mesma coisa com um filho, se você não quer, dá pra alguém que queira. Aliás, se você tem um bebê e larga na lata do lixo ou larga seu filho te esperando cinco horas dentro do carro estacionado no sol, é crime.

Abandono emocional é a mesma coisa que jogar na lata do lixo alguém que confia e ama você. Se você não quer mais, converse, esclareça e ponha um ponto final. Não deixe o outro se fodendo do outro lado pensando o que quiser, que você está pouco ligando, droga. Dá pra se colocar no lugar do outro um pouquinho que seja????


PS: não confundir abandono emocional com surto desarrazoado, que é quando eu não te dou motivos, mas você acha pêlo em ovo assim mesmo.

sábado, março 01, 2008

Anybody?



Somebody To Love
Queen
Composição: Freddie Mercury

Can anybody find me somebody to love?

Each morning I get up I die a little
Can barely stand on my feet (Take a look at yourself)
Take a look in the mirror and cry
Lord what you're doing to me?
I have to spend all my years in believing you
But I just can't get no relief Lord
Somebody (somebody) ooh somebody (somebody)
Can anybody find me somebody to love?
I work hard (she works hard) everyday of my life
I work till I ache my bones
At the end (at the end of the day)
I take home my hard earned pay all on my own
I get down (down) on my knees (knees)
And I start to pray (praise the Lord)
'Til the tears run down from my eyes Lord
somebody (somebody) ooh somebody (please)
Can anybody find me somebody to love?
(she wants help)
Every day - I try and I try and I try -
But everybody wants to put me down
They say I'm goin' crazy
They say I got a lot of water in my brain
Got no common sense
I got nobody left to believe
Yeah - yeah yeah yeah
Ooh Somebody (somebody)
Can anybody find me somebody to love?
(Anybody find me someone to love)
Got no feel I got no rhythm
I just keep losing my beat (you just keep losing and losing)
I'm OK I'm alright (she's alright)
I ain't gonna face no defeat
I just gotta get out of this prison cell
Some day I'm gonna be free Lord
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Somebody somebody somebody somebody somebody
Find me somebody find me somebody to love
Can anybody find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me find me find me
Find me somebody to love
Somebody to love
Find me somebody to love...