sexta-feira, outubro 19, 2007

Sistema operacional

Coração, memória, imaginação, raciocínio, pensamento. Sinônimos de uma coisa só, ou melhor, partes de uma coisa só. Aquela coisa que realiza sinapses e dá piruetas, nuns mais, noutros menos. E que em mim, descobri, é extremamente fértil, sem excesso algum.

O (meu) coração é um mundo. Frenético, pulsante, quente. Capaz de se expandir e se retrair quilômetros em meros segundos, capaz de cultivar e matar com a mesma predisposição, bastando para isso a semente ou as primeiras horas de sol causticante. Capaz também de se recuperar de hecatombes com uma firmeza insuspeita, por se mostrar tão frágil em alguns momentos. Capaz de amar com loucura e de se declarar exausto com a mesma intensidade. Capaz de guardar em si uma tonelada de momentos e sensações.

A memória é autista. Guarda momentos inusitados, bons e ruins. Em determinadas situações, apenas o bons - com uma dose extra de saudade - e noutras, apenas os ruins - com um gosto amargo que não sai nem esfregando. Lembra o nome do personagem coadjuvante daquele filme que estava passando naquele dia com aquela fala daquele momento, mas esquece o cardápio do almoço de hoje. E funciona com conectivos insuspeitos, faz as ligações mais improváveis, associa as coisas mais díspares. E quando repassa alguns momentos, provoca ora suspiros e estremecimentos, ora caretas e alívio por aquilo não existir mais a não ser em seus próprios arquivos.

A imaginação é gigantesca e poderosa a ponto de plasmar concretamente criações nascidas do raciocínio, do pensamento e do coração. Capaz de criar mundos inteiros e personagens detalhados, até mesmo pra substituir os reais. Capaz de, partindo de uma palavra ou um som, produzir um show pirotécnico.

O raciocínio é rápido pra algumas coisas. Pra piadas infames e teorias mirabolantes, na maioria das vezes. (rá rá rá) E isso se explica pela sobrecarga provocada pelo coraçao e pela imaginação no sistema. Dois programinhas meio pesados, quando um está funcionando, o outro fica meio atordoado.

Por fim, o pensamento. Um vadio, que às vezes é acometido por idéias fixas.

(...)

To aqui imaginando uma cpu que caiba tudo isso. (hum)

terça-feira, outubro 16, 2007

Ingrid

Morrer um filho deve ser uma coisa absurda.
Morreu minha enteada felina e meu coração ta partido.


:-(

segunda-feira, outubro 15, 2007

Notícias do Front

Eu tô com o saco TÃO cheio que tô quase acreditando que tenho um!

*atira em alguém*


Aí abri o email agora e dei de cara com o trânsito astral do Personare pra mim:

Com problemas de ordem fútil!
15/10 (hoje) às 15h12 a 31/10 às 9h13
Vênus em oposição à Lua natal

Entre os dias 15/10 (hoje) às 15h12 e 31/10 às 9h13, uma desarmonia entre o planeta Vênus no céu e a Lua do seu mapa de nascimento poderão sinalizar um período de prejuízos sociais, Lívia. A tendência é que ocorram brigas e conflitos por motivos absolutamente fúteis, discussões com pessoas queridas por questões que não exigiriam tamanho exagero, e até mesmo uma tendência a fazer gastos tolos e excessivos, comprando futilidades. Obviamente, a idéia aqui é a de que você possa transformar este período, tomando consciência dele antes. Sabendo que existem estas tendências, elas não precisam ocorrer, mas você precisará ter uma atenção redobrada no que diz respeito a esta predisposição a conflitos por razões tolas. O presságio de impopularidade associado a este período de conflitos entre Vênus e a Lua pode revelar você "queimando seu filme" por alguma bobagem. No final das contas, é tudo uma questão de você ter o máximo de atenção e evitar dizer e fazer bobagens neste período, Lívia. Auto-observação aqui é tudo, sobretudo porque os seres humanos costumam se observar muito pouco...

Emocionante, né? Será que isso significa que se eu tocar fogo em alguém nesse período serei acusada de homicídio qualificado por motivo FÚTIL??? ¬¬

sexta-feira, outubro 05, 2007

Pouso


POUSO

Tornou-se recorrente
pousar os olhos em lugar nenhum
pra ver a imagem do seu rosto
que emana de não sei onde.
Talvez esteja gravada no fundo
da minha retina.
Ou quem sabe
meus olhos tenham aprendido a
desprezar espaço e tempo
à procura do seu sorriso.
O fato é que agora,
em todo lugar que eu olhe
existe um halo que não sei explicar,
embora reconheça muito bem:
é a mesma luz que vejo quando vejo
o seu olhar pousar em mim.

Lívia Santana.