quinta-feira, junho 12, 2008

Dia dos Namorados. Mimimimi.

Saudade é uma palavra que, até onde eu sei, não tem correspondente em outro idioma. No máximo um "miss you", mas nunca saudade. Todo mundo já sentiu ou sente essa coisa que nos acostumamos a chamar de saudade. E tanta gente já falou sobre saudade em tantos textos, de tantos jeitos, que eu percebi ontem que o tema ficou banalizado. Mais até que isso, existe uma tendência a se subestimar essa coisa que chamamos de saudade, a ponto de dizermos que temos saudade de qualquer coisa e chegarmos à conclusão que, apesar disso, conseguimos viver muito bem sem aquela coisa de que temos saudade.

Então eu acho que deveria haver uma gradação pra palavra saudade. Que nem pra palavra amor. Ama-se de tantos jeitos possíveis! Um amigo, um irmão, um filho, um companheiro, uma história, um animal, um sabor. Amamos tudo isso e de diversos jeitos diferentes. Daí eu só posso concluir que também sentimos saudade de muitos e muitos jeitos e que esses jeitos devem ser diferenciados, reconhecidos, justiçados.

Eu tenho saudade da menina que um dia fui. Tenho saudade de alguns amigos que se perderam no meu caminho, de algumas situações que já vivi, de gente que não vejo há muito tempo, de sentimentos que um dia tive. Mas isso é apenas saudade. Do tipo convencional, aquele apertozinho láááá no fundo quando pensamos em algumas coisas. Mas um apertozinho com o qual podemos conviver e do qual muitas vezes nem tomamos conhecimento.

Mas tem um outro tipo de saudade e esse sim merece justiça. Aliás, mereceria um outro nome até, para ser realmente diferenciado. É aquele tipo de sentimento que dói. Dói a ponto de se sentir dor física. A ponto de não se conseguir respirar às vezes, a ponto do mundo inteiro rodar e ficar escuro, a ponto de sentir frio, por fora e por dentro. É uma falta absurda. Que dilacera, que desorienta. Que deixa a gente infeliz.

Sabe, às vezes temos total consciência de algumas coisas. Racionalmente. E aí fazemos listas de prioridades e tentamos nos convencer de conveniências e necessidades. E tentamos, de verdade, todo dia, a todo momento, ignorar o grito surdo que brota de cada inspiração, de cada piscar de olhos, de cada gesto. Tentamos tocar a vida. Mas às vezes acordamos no meio da noite com a certeza de que aquilo é impossível e que não dá mais pra fazer de conta que não dói, simplesmente não conseguimos lidar com aquilo de um jeito "racional" e "razoável".

E nessas horas, por mais que não dê pra apagar a tristeza dos olhos, tentamos sorrir e fazer de conta que estamos bem. E quando nos perguntam o que temos, respondemos modestamente: "ah, é saudade", daquele jeito prosaico. E temos vontade de morrer em seguida, porque calamos mais uma vez o que tinha que ser dito.

3 comentários:

Andréa Paes εїз disse...

Saudade dói.
Amar dói.
Abraçar ou ser abraçado às vezes dói.
Beijar dói.
Mas... PQP! Não vivemos sem isso!
Ô gente mais esquisita essa, né?

Anônimo disse...

Eu senti essa saudade semana passada quando meu namorado ficou uma semana inteira em Brasília a trabalho. A saudade doía mais no meu coração do que iria doer na minha carteira se eu fizesse a loucura que fiz: pegar o primeiro avião com destino à capital federal pra ficar 48 horas grudada do lado dele. Aí melhorou.

Letícia disse...

Saudade dói realmente..
como se tivessem tirado um pedaço de você,,..
a muito sinto uma saudade assim..
uma saudade imensa...
saudade de minha mãe q se foi a muito tempo..
como se tivessem tirado como eu disse.. um pedaço de mim... saudade q vai e vem.. mas sempre esta ali....
mas não só disso... saudades de tudo..
tudo mesmo... saudade até das broncas levadas por besteiras..
realmente.... esse mundo é estranho feito a bexiga..
ashuash..