quarta-feira, dezembro 03, 2008

Meta-se

Metas não são o meu forte. Não, não confunda metas com sonhos, sonhos eu tenho de sobra. Quando me refiro a metas, estou falando da parte pragmática do sonho - o "como" alcançar o sonho. E quanto mais o tempo passa, mais me convenço de que tem gente que já nasce programado pra traçar metas e ir seguindo, paulatinamente, na direção de alguma coisa, enquanto outras conseguem vislumbrar o final da estrada, mas se atrapalham todas com as pedras do caminho. Meu maior problema, eu já descobri, é que penso em tanta coisa ao mesmo tempo, que às vezes não me envolvo tempo suficiente com as coisas pra conseguir realizá-las - e já estou pensando na próxima coisa. Ironicamente, odeio marasmo e repetições automáticas, mas de tanto equilibrar um monte de bolas no ar ao mesmo tempo, acabo ficando estática, de tão absorta nos meus pensamentos e não realizo nem uma, nem outra.

Para algumas pessoas, metas são algo muito complexo. Além do raciocínio específico e metódico - que eu não tenho - também não ajuda muito o fato de que a maior parte dos atos para se atingir metas acabam sendo justamente os automáticos, os repetitivos, os cansativos e os aborrecidos. Por exemplo, se eu quero comprar um carro, eu tenho que juntar dinheiro. E pra juntar dinheiro, preciso de um emprego. Mas, a maioria dos empregos acaba sendo uma repetição de ações sem fim que, em vez de estimular a criatividade e o intelecto do trabalhador, estimulam a obediência e o conformismo. Ou seja: a ação de comprar um carro se torna necessariamente um sacrifício. Quer outra? Um filho. Pra se ter um filho hoje, começamos com a contabilidade, em vez do sentimento puro e simples. Quanto custa ter um filho? Pré-natal, roupas que me caibam durante a gravidez, enxoval do bebê, o parto, fraldas, fraldas, fraldas, remédios, brinquedos, cadeirinha, um carro maior pra caber a cadeirinha, andador, carrinho, babá ou hotelzinho, escola, roupas, calçados, remédios, video-game, livros, viagens, combustível, comida, porcaritos, sorvete, cinema, jogos, televisão a cabo, internet, cursinho pré-vestibular, faculdade, etc. Aí você conclui que infelizmente não dá pra ter filho enquanto não arrumar um emprego e juntar muito mais dinheiro do que seria necessário pra ter o carro.

Entende o que eu quero dizer? É coisa demais, não cabe na minha cabeça esse tipo de raciocínio. Aí eu fico meio agoniada, porque está justamente na minha hora de encontrar caminhos pra fazer as coisas que eu quero fazer antes que o meu tempo acabe. Já reparou que desde que esse blog existe esse é um assunto recorrente? Droga, virei uma daquelas pessoas que só falam da mesma coisa... Acho que preciso de assessoria especializada (procura no guia médico: psiquiatra).

Um comentário:

Anônimo disse...

Se você não quiser buscar a ajuda especializada, eu estarei sempre aqui, pronto para ajudar no que eu puder.
O Balconista.