Essa é uma história que poderia começar de diversas maneiras. Poderia mesmo ter diversos finais e até mesmo vários enredos diferentes. Mas, ao contrário dos contos de fadas, essa é uma história contemporânea e as boas hitórias contemporâneas têm finais tenebrosos, porque os finais felizes são exclusividade de comédias românticas.
VERSÃO I
Era uma vez uma menina que foi amaldiçoada quando nasceu. Uma bruxa, despeitada por não ter sido convidada a conhecer o bebê apareceu de surpresa e jogou-lhe um feitiço, asseverando que a menina nunca teria um relacionamento duradouro porque nunca seria capaz de se entregar inteiramente. Os pais, aflitos, chamaram a madrinha da menina, que pouco pôde fazer. Apenas lançou um outro encantamento pra que ela pudesse sim, amar intensamente, o que não adiantava muito. Os pais procuraram afastar da menina todo e qualquer moço dotado de qualidades que pudessem interessá-la. Trataram também de enchê-la de afazeres pra que não tivesse tempo de pensar em rapazes. Inglês, informática, natação, guitarra e teatro. Mas nem todos os esforços do mundo poderiam manter um coração fértil e ardente isolado das paixões, e a menina se encantou por um rapaz. Mas não deu certo, e conheceu outro. E outro, outro e mais outro. E nada dava certo. Os pais, então, fecharam-na dentro de casa e deram-lhe a internet pra se entreter. E foi quando o que era ruim ficou pior, a menina ficou tanto tempo sozinha que se esqueceu de como conversar e interagir com outras pessoas e virou uma samambaia. FIM.
VERSÃO II
Era uma vez uma menina que não gostava de ser menina. Ela queria ser adulta, queria ser dona do próprio nariz. Era caprichosa, intensa e segura de si e deixava-a mortificada ter que ser menina. Então, numa noite fria, uma fada atendeu-lhe o pedido repetido mudamente: a transformou numa mulher, com corpo e mente de adulta e alma de menina. A menina exultou e se lançou à vida com a sofreguidão que lhe era peculiar. Tudo era brinquedo novo, a excitação não tinha fim. Mas ela não conhecia o medo e a cautela, e acabou se ferindo gravemente num dos brinquedos, que a atirou de uma grande altura, matando-a antes que a fada pudesse salvá-la. FIM.
VERSÃO III
Era uma vez uma garota que pulava de cabeça em cada paixão, mas saía do encantamento muito antes do outro e sempre deixava corações partidos e amantes inconformados pra trás. A não ser por duas vezes, em que encontrou pela frente adversários mais duros que ela. Um que não se deixou envolver a despeito da paixão da garota e outro que se desencantava ainda mais rápido que ela mesma. Da primeira vez ela chorou muito. Da segunda, de um tanto que nem sabia que era possível. Aliás, chorou tanto que morreu derretida. FIM.
VERSÃO IV
Era uma vez uma mulher dramática que levou um fora e fez um boneco de vodu. (crise de riso) Não, essa história não dá pra terminar.
VERSÃO V
Era uma vez uma menina inteligente, que se tornou escritora, conheceu alguém capaz de enxergá-la de verdade que quis dividir a vida com ela, ganhou um gato e nunca mais se sentiu sozinha. FIM.
Ok, essa última pode ser uma comédia romântica. ¬¬
4 comentários:
*dá um gato*
Até porque ela pode, porque tem um monte.
rs...mas a Cuca não vale, eu nunca fiz nada pra merecer isso e já tô sofrendo o suficiente, muito obrigada.
A Cuca é linda, se eu pudesse trazia ela pra casa!
Mas não foi isso q eu vim falar.
Eu vim aqui dizer q seus problemas se resumem em uma palavra q vc escreveu no post: adversários.
Num relacionamento não é um contra o outro e sim o ao lado do outro.
Daí vc vai dizer: mas isso foi só uma forma de expressão, eu não vejo as coiasas assim."
E eu digo: "imprime isso (post+comentário) e vai comversar com sua terapeuta, minha licença de analista não me permite ir mais fundo nesse raciocínio." =)
Fica bem!
Bjos
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