domingo, março 23, 2008

O cara

Outro dia conheci um homem que tem olhos que riem. Que tem resposta pra tudo e que diz as coisas mais absurdas com mais lógica e veemência do que qualquer um no mundo inteiro. Que é capaz de fazer elocubrações sobre o nada de fazer inveja ao próprio Jerry Seinfeld e de ligar assuntos desconexos uns aos outros sem fazer força. Que é dono da cara mais séria e compenetrada que existe, mesmo quando a nota de riso na voz é inequívoca. Que me surpreende o tempo todo e se deixa prever do jeito mais adorável possível.

Um sujeito que combina canalhice e sensibilidade em altas doses e consegue ser absurdamente transparente mesmo quando ostenta um sorriso cínico. Que não resiste a um desafio e se rasga de curiosidade com pequenas provocações. Que tem um bom humor fantástico e é mestre em rir de si mesmo. Que é racional, deliberado e metódico, o que não impede que seja impulsivo, passional e autêntico. Que liga no meio da tarde pra gritar comigo, docemente furioso.



Um homem que seduz e se deixa ser seduzido. Que é franco, divertido, companheiro. Que não é taxativo ou prepotente. Que só demonstra empáfia pra ser derrubada sob uma chuva de boas réplicas. Que sabe ser bobo como ninguém. Que tem a inteligência mais aguda que eu já conheci. Que é determinado e paciente. Que desperta orgulho e admiração. Que me faz querer ser melhor e realizar um monte de coisas.

Conheci um homem que se dedica, que não tem meios termos, que se entrega e se abre pra eu entrar. Um homem que baniu uma sombra e me mostrou que pouco não é pra mim. Que me fez rir de novo.

Um cara que foge à regra, que não gosta do comum. Que estimula, enriquece, emociona. Que inspira e fez com que eu conseguisse criar personagens de novo. Que aconchega e tem o melhor colo do mundo. Que é capaz de fazer rir enquanto as lágrimas correm. Que disse agora há pouco que vai me denunciar na delegacia de mulheres por maus tratos, porque não tenho deixado ele dormir.

Um homem que eu amo. E que, mesmo que não dê nada certo entre nós, já fez por mim a coisa mais importante que ele poderia ter feito: me devolveu a esperança e me mostrou que existe muito ainda pra eu viver, mesmo que o meu coração tenha se estilhaçado no passado.

Conheci um homem. A quem só tenho a agradecer.

6 comentários:

Anônimo disse...

(põe a máo sobre o rosto, completamente envergonhado...)
Morena, isso não se faz não... E agora? O que vai ser de mim? Estou designado para ficar refém de seus desejos? Será esta mesmo a minha sina? Rezo a Deus para que sim!...
O Balconista.

Eu não sou um filisteu disse...

onde foi encontrado esse homem, existe outro?

passo sempre por aqui e nunca comento, hj não resisti.

Andréa Paes εїз disse...

MAKTUB :)

Anônimo disse...

De onde vem esse, vem mais?!

Anônimo disse...

Lívia,

Parabéns! Esse é o sentido da vida, data venia Monty Python que dizia outra coisa.

Que possamos todos ser tão especiais para nossos seres sencientes especiais quanto ele está sendo para você.

Beijos, sorte, godspeed...

Vate68.wordpress.com

Anônimo disse...

Esse texto e essa declaração são realmente um achado. Vc foi contemplada, moça. Vida longa ao seu romance com "o cara". Abraço!
www.blogdosall.wordpress.com