segunda-feira, janeiro 21, 2008

Altas Doses de Estrogênio

Esse fim de semana foi introspectivo e solitário. Não que isso seja novidade, mas é que a Nayra viajou na quinta feira e aí a coisa foi mais parada que de costume, um saco. Nem sei como eu vou me virar quando a bichinha mudar de vez pro Rio...Aliás, olha a ironia: eu nunca não quis tanto ir pro Rio como hoje e, no entanto, em breve, três das minhas melhores amigas estarão morando lá. Ainda bem que a ponte aérea só demora cinqüenta minutos!

Aí, aproveitando o excesso de ócio causado pela chuva - ah, tem mais essa! Em Uberlândia faz calor que nem o porão do inferno, com o agravante que é abafado, nem ventar nessa joça venta. Então, durante a semana cozinhamos, tentando não suar aos borbotões dentro de roupas sérias e escritórios fechados, e pensamos: oba, vou tomar um sol no fim de semana, porque bronzeada a gente parece mais magra e tal. Adivinha?

Na sexta à noite começa a ventania, folhas rodopiando pra todo lado e não se vê uma estrela no céu. De madrugada, a fulana acorda por cinco segundos e pensa ter ouvido chuva do lado de fora, mas nem dá tempo de processar a informação e já está capotada babando no travesseiro de novo. Abre os olhos no sábado de manhã e constata: é, choveu o dilúvio, tá tudo cinza e sol nem pensar. O mesmo no domingo, com a diferença que, no cúmulo do requinte de crueldade, o sol abre no finalzinho da tarde, esquentando pra caralho, sem no entanto servir pra nada, a menos que fosse pra subir no telhado pra pegar pelo menos um restinho. Sem chance, né? Meus dias de mulher aranha se foram.

Aí, durante o excesso de ócio, eu zerei um jogo (a coisa menos feminina e mais Lívia que eu fiz), li meio livro da Martha Medeiros e assisti a duas temporadas de Sex and The City. Tanto o livro quanto os dvds me foram emprestados por um amigo, que disse: aqui, ó, eu alimento meu lado gay com isso.

E bota lado gay nisso. Martha Medeiros é a mais mulherzinha de todas. Não que eu não tenha gostado, ao contrário. O livro, Montanha Russa, contém cem crônicas engraçadas, sensíveis e interessantes, me peguei rindo e pensando em muita coisa enquanto lia. Mas sei lá. Eu me sinto meio masculinóide mesmo, às vezes. Excessivamente crítica, desconfortável com romantismos e ingenuidades, sem paciência com otimismo ou simplismo. Fazer o que, né? Uma pessoa cuja opinião eu respeito muito me disse outro dia: "antes cínico que simplório" e eu tive que concordar. Se bem que também ficam me dizendo que eu não sou cínica, que isso é só uma fase, etc. Anyway.

Sex and The City é divertidinho. Porque tem sexo - o tempo todo, como trepam aquelas mulheres! Até parece que a vida é fácil desse jeito mesmo! - e muitas situações engraçadas. Fetiches, tabus, pau grande, pau pequeno, transar no primeiro encontro, sexo tântrico, com sentimento ou sem sentimento, relacionamentos, problemas com relacionamentos, fins de relacionamentos, corações partidos. Ok. Reconheço, mulher fala de tudo isso mesmo. Mas nem é só disso, sabe? E eu me senti meio banalizada por ser retratada daquela forma tão...mulherzinha.

Quem, eu?

Ta certo, eu tenho as minhas manias e tal. Bem sei que já aborreci muita gente com elas e até decepcionei uns e outros por ser capaz de agir assim ou assado. Coisa que eu lamento profundamente, não gosto de ser neurótica, pode acreditar. E, via de regra, tenho horror de mulherzinha. Elas concentram tudo aquilo que eu desprezo nas minhas companheiras de sexo. Frescura, chiliques, ataques de ciúmes, invasão do espaço alheio, manipulação, jogos em vez de relacionamentos, conversas sobre vida alheia ou novela, filmes e livros água com açúcar, revistas e programas de televisão "voltados para o público feminino", essas coisas. As mulherzinhas são o estereótipo negativo feminino, tudo o que torna as mulheres desinteressantes e irritantes. E muito me incomoda ser rotulada com elas, como se fôssemos uma coisa só.

Enfim, andei me expondo demais esse fim de semana a calcinhas e estrogênio. Tô abastecida por meses inteiros. Acho até que tô precisando de antídoto! O jeito é começar hoje à noite o quarto Mochileiro das Galáxias e chamar meu irmão pra jogar Guitar Hero no PS2. ¬¬

5 comentários:

Andréa Paes εїз disse...

Invejei: zerar jogo, ler Martha Medeiros e o SaTC - nunca assisti um único episódio q seja, mas to numa curiosidaaaaaaaaade...rs
Saudadocê!
(*hug)

Anônimo disse...

Aluga os 4 Duro de Matar pra fazer uma desintoxicação.

PS: porque eu não tinha clicado na imagem pra ver o gif animado da mulher aranha antes?

Anônimo disse...

Esse negócio de macheza no Guitar Hero é relativo. Se você tocar Ace of Spades sim. Se tocar 18 in a life, aí já fode... hahahahahahaha

.leticia santinon disse...

Abaixo as mulherzinhas!!!

Abaixo a literatura de péssima qualidade e que tem recordes de vendas com títulos e assuntos horrorosos como: - 300 maneiras de satisfazê-lo na cama. - Por que ele não me liga? - Como engatar um relacionamento duradouro.

Argh! Que nojo!

Jo disse...

[/Sloth mode ON]
Chocolaaaaaaaaaaaaateeee!!!!!!
[/Sloth mode OFF]

...

CHOCOLAAAAAATEEEEEEEEEE!!!!!!!!


hehehehehhehehehehhe ^___^